Rio São Francisco está contaminado com rejeitos da barragem de Brumadinho

Rio São Francisco está contaminado com rejeitos da barragem de Brumadinho

Quase três meses após a tragédia do rompimento da barragem da mineradora Vale, em Brumadinho (MG), que matou 210 pessoas e deixou outras 96 ainda consideradas desaparecidas, um relatório da Fundação SOS Mata Atlântica revela que os danos ambientais provocados por mais um crime da empresa são ainda piores do que os divulgados até o momento.

Segundo a entidade, o rio São Francisco está contaminado com rejeitos de minério. Entre os dias 8 e 14 de março, a equipe da SOS Mata Atlântica revisitou a região até o Alto São Francisco para monitorar sua água.

Dos 12 pontos analisados, nove estavam com condição ruim e três regular, o que torna o trecho a partir do Reservatório de Retiro Baixo, entre os municípios de Felixlândia e Pompéu até o Reservatório de Três Marias, no Alto São Francisco, com água imprópria para uso da população.

A análise apontou que, em alguns trechos, as concentrações de ferro, manganês, cromo e cobre, assim como o nível de turbidez da água, estavam acima do recomendado pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).

A turbidez é avaliada pela quantidade de partícula sólida em suspensão, o que impede a passagem da luz e a fotossíntese, causando a morte da vida aquática (em relatório divulgado pelo Portal do Meio Ambiente de Minas Gerais, datado do dia 20/02, a Vale teria informado que já teriam sido encontrados mais de 1.500 peixes nativos mortos no Paraopeba).

A equipe da fundação que foi até a região próximo a Brumadinho afirma que “o Reservatório de Retiro Baixo está segurando o maior volume dos resíduos de minério que vem sendo carreados pelo Paraopeba. Apesar das medidas tomadas no sentido de evitar que os rejeitos atinjam o rio São Francisco, os contaminantes mais finos estão ultrapassando o reservatório e descendo o rio e já são percebidos nas análises em padrões  elevados”.

No final de fevereiro, a SOS Mata Atlântica divulgou um outro levantamento que mostrou que a contaminação do rio Paraopeba já chegava a mais de 300 km e atingia 16 municípios. Todavia, ainda não se tinha certeza se o São Francisco seria atingido ou não.

Além da contaminação dos recursos hídricos da região, o rompimento da barragem do Córrego do Feijão destruiu quase 270 hectares de vegetação da Mata Atlântica.

Rios doentes pelo país todo

Para marcar a celebração do Dia Mundial da Água, a SOS Mata Atlântica publicou um retrato da qualidade de 220 rios brasileiros.

O projeto “Observando os Rios” contou com a participação de 3.500 voluntários, em oito regiões hidrográficas do Brasil, entre março de 2018 e fevereiro de 2019.

A principal conclusão a que chegaram os envolvidos na elaboração do estudo é que “os índices de qualidade dos rios do país, apontam que, um a um, eles vão perdendo lentamente sua capacidade de abrigar vida aquática, de abastecer a população e de promover saúde e lazer para a sociedade”.

“Os rios brasileiros estão por um triz. Seja por agressões geradas por grandes desastres ou por conta dos maus usos da água no dia a dia, decorrentes da falta de saneamento, da ocupação desordenada do solo nas cidades, por falta de florestas e matas ciliares que protegem os rios e nascentes e por uso indiscriminado de fertilizantes químicos e agrotóxicos, afirma Malu Ribeiro, assessora da Fundação SOS Mata Atlântica, especialista em água. “Nossos rios estão sendo condenados pela falta de boa governança“.  

Entre os pontos verificados, 74,5% estão com qualidade precária, no limite mínimo para a segurança hídrica das populações atendidas por eles.

Os rios citados como tendo a situação mais alarmante são:

– Camarujipe (BA)
– Capibaribe (PE)
– Cartoca (RJ)
– Da Prata (MS)
– Doce (MG e ES)
– Formoso (MS)
– Guaíba (RS)
– Iguaçu (PR)
– Itajaí (SC)
– Jaguaribe (CE)
– Mamanguape (PE)
– Meio Ponte (GO)
– Paraíba do Sul (MG, SP e RJ)
– Paraopeba (MG)
– Parnaíba (PI)
– Pavuna (RJ)
– Pituaçu (BA)
– São Francisco (região do reservatório de Três Marias)
– Sinos (RS)
– Tietê (SP)

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Foto: Augusto Gomes (rio Paraopeba)

Um comentário em “Rio São Francisco está contaminado com rejeitos da barragem de Brumadinho

  • 23 de junho de 2019 em 11:49 AM
    Permalink

    UM PENSAMENTO SOBRE “PROJETO MANUELZÃO” E agora será esperar pela morte igual ao Rio Paraopeba, para todo Grande Lago da Represa de Treis Marias e toda Bacia do Rio São Francisco, isso já aconteceu com Rio doce morto pela Mineradora Vale e SAMARGO na Tragédia de Mariana.

    1. CARLOS FRANCISCO LOBATO
    .
    18 DE JUNHO DE 2019 ÀS 19:20
    Saibam quais são as impurezas da lama da barragem de Brumadinho e Rio Paraopeba.

    E Pluma toxica que passa da Barragem Retiro de Baixo que não foi projetada para esse fim de estocar todo o Mar de Lama no Município de Pompéu MG; E ao desaguar na Represa de Treis Marias atingi toda à bacia do Rio São Francisco com os riscos à saúde.

    Quem tiver contato com lama e apresentar sintomas como vômitos, coceira, tontura e diarreia deve procurar uma unidade de saúde.

    Sabendo que Segundo a Universidade Federal de Juiz de Fora MG. Deu um Laudo: Qualquer Rio atingido por Rejeitos de Minério de ferro Leva 150 anos para recuperar a Vida.

    O governador de Minas Gerais Romeu Zema; Deveria enviar Kit Médicos para fazer Exame de Ferro para todos os Hospitais das Cidades Ribeirinhas do Grande Lago da represa de Treis Marias e toda Bacia do Rio são Francisco para constatar morte de Crianças e Adultos caso ocorram?

    Porque não constroem uma Barragem Forte e projetada para deter o Mar de Lama. Abaixo Barragem Retiro de Baixo na Fazenda Laranja do Município de Pompéu MG.

    E agora será esperar pela morte igual ao Rio Paraopeba, para todo Grande Lago da Represa de Treis Marias e toda Bacia do Rio São Francisco, isso já aconteceu com Rio doce morto pela Mineradora Vale e SAMARGO na Tragédia de Mariana.

    A população deve evitar contato com a lama de rejeitos que vazou da barragem da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, em 25 de janeiro, e que avança pelo Rio Paraopeba. Em nota divulgada na segunda-feira (28), a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais

    (SES/MG) alertou sobre os riscos à saúde de contato com a lama, que pode conter altas concentrações de metais pesados.
    A SES recolheu amostras para verificar a presença de metais pesados. Embora o resultado ainda não tenha sido divulgado, especialistas afirmam que é praticamente certa a presença de ferro, manganês e alumínio – comumente encontrados nos metais, como cromo, chumbo e arsênio. ***

    A lama contaminada, que segue pela bacia do Rio Paraopeba, deve chegar à Usina Hidrelétrica de Treis Marias até o dia 20 de fevereiro, conforme informou a Agência Nacional das Águas (ANA). E ao desaguar na Represa de A lama contaminada, que segue pela bacia do Rio Paraopeba, deve chegar à Usina Hidrelétrica de Treis Marias até o dia 20 de fevereiro, conforme informou a Agência Nacional das Águas (ANA). E ao desaguar na Represa de Treis Marias atingi toda à bacia do Rio São Francisco com os riscos à saúde.

    A secretaria orienta a população a não consumir alimentos que tiveram contato com a lama, inclusive os embalados e enlatados, assim como a evitar contato com a água do Rio Paraopeba, tanto para ingestão quanto para recreação.

    Também é desaconselhado pescar ou consumir os peixes do rio. Quem tiver contato com lama e apresentar sintomas como vômitos, coceira, tontura e diarreia deve procurar uma unidade de saúde.

    Depois do rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana, em 2015, a professora Cláudia Carvalhinho, do Departamento de Química da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), fez a análise da lama dos rejeitos da extração do minério de ferro e detectou a presença de metais pesados no material. Na análise da lama de Fundão, foram encontrados ferro, manganês e alumínio.

    Cláudia afirma que o rejeito da barragem de Brumadinho deve ter concentrações semelhantes de metais pesados, por se tratar dos resíduos das mesmas atividade e técnica. A pesquisadora alerta ainda que possam ser encontrados cromo, chumbo e arsênio na lama.

    O maior risco para a saúde da população, conforme destaca a professora, vem da ingestão de água contaminada por metais pesados.

    SALVEM Represa de Treis Marias e toda à bacia do Rio São Francisco!!!

    to Projeto Manuelzão
    June 5 at 12:29 AM

    1- Entenda a Barragem de Retiro de Baixo na Fazenda Laranja do Município de Pompéu MG, não foi Projetada para Fins de Estocar o Mar de Lama. Irá Romper e matará todo o Grande Lago da Represa de Treis Marias no desaguar o Rio Paraopeba perto de Felixlândia MG com esse Mar de Lama da Tragédia de Brumadinho MG; vai matar toda Bacia do Rio São Francisco.

    2 Necessita de Construir uma Barragem Forte para deter todo Mar de Lama bem abaixo no Município de Pompéu MG; da Barragem Retiro de Baixo na Fazenda Laranja. Assim poderá Salvar toda Bacia do Rio São Francisco.

    3 Como foram percebidos e fechados os canais Estreitos da Transposição do Rio São Francisco Para todo o Nordeste, Pela Pluma Toxica passada por camada fina da Barragem Retiro de Baixo no Rio Paropeba, Do Município de Pompeu MG.

    4 Para o Governador Romeu Zema, Enviar Kit Medico para Exame de Ferro, para Hospitais das Cidades Ribeirinhas do Grande Lago de Treis Marias e toda Bacia do Rio São Francisco; Para constatar Morte de Crianças ou Adultos se Houver.

    5 Construir na Margem Direita Rio Paraopeba 1 Margem Esquerda Rio Paraopeba 2 dos Córregos e afluentes e Mananciais com água Pura e cristalina desviada para novos percursos Com Retro Escavadeira com 85 km.
    Fechando todo desaguar de água no Leito do Rio Paraopeba Secando – o.

    6- Bloquear 500 milhões de Reais para garantir essas obras essenciais libera- lãs na medida em que forem concluídas. Estender o Pré – Acordo da VALE, do Rio Paraopeba. Para todas as Cidades Ribeirinhas do Grande Lago de Treis Marias e Toda Bacia do Rio São Francisco.

    7- Captar água acima do Córrego do Feijão no Rio Paraopeba não Atingido por Rejeitos de Mineiro de Ferro e fazer a transposição do Rio Madureira para abastecer A Capital Belo Horizonte MG.

    8 Ter uma Comissão Efetiva de Deputados: Para acompanhar a Retirada dos Rejeitos de Mineiro de Ferro de Todas Barragens Amontantes.
    Pondo um Fim ao Ciclo de Destruição. Pois segundo a Universidade Federal de Juiz de Fora. O Laudo é todo Rio atingido por Mineiro de Ferro Leva 150 anos para Recuperar a Vida.

    Obs.: Está Morto o Rio Doce e o Rio Paropeba. Evitar novas Tragédias; Que serão a do Rio São João e os Balançais da Serra Gandarela e Morte do Grande Lago de Treis Marias e toda Bacia do Rio São Francisco.
    Necessário Tornar área de Preservação: O Rio São João, Rio Conceição e Rio Prata.
    Para todos os Deputados Votem e o Presidente da Assembleia Legislativa de MG. Por em Pauta para Votação. AUGUSTIM PATRUS.
    Obs.: Fala em comemorar o Dia do Meio Ambiente.

    Começa o maior dos últimos Tempos foi o desmatamento da Amazônia foi nesse ano 2019.
    O presidente Jair Bolsanaro quer acabar com Santuário dos Golfinhos Reserva Tamoios em Angra dos Reis e defende sua exploração Turística.

    Governador Romeu Zema sede metade da Reserva da SERRA da GANDARELA, Para a Mineradora VALE; para proteger corredores ecológicos Já Existentes.
    Começando a Destruição em Barão de Cocais MG; de Vegetações e Mananciais de água essenciais para Rio São João.
    Reservas podem ser cedidas ou Extintas por uma Canetada de Nossos Governantes.
    Onde esta a justiça?

    O verdadeiro Ambientalismo seria por para preservação O Rio São João, Rio Conceição, Rio Prata. Sendo que o Rio doce já foi morto pela Mineradora VALE e SAMARGO. E também Rio Paraopeba está morto.

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Suzana Camargo

Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.