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Que tal investir dinheiro em negócios que ajudam a manter a floresta amazônica em pé e com retorno de 12% ao ano?

Uma cooperativa extrativista que se destaca por extrair e fornecer o jaborandi, utilizado em uma série de medicamentos como colírio para glaucoma e estimulante de salivação. Uma empresa que produz chocolate com cacau amazônico, estabelecendo uma cadeia de valor e gerando renda para comunidades ribeirinhas.  Uma terceira que produz sucos com frutas nativas da Amazônia de forma sustentável. Outra que vende e instala painéis solares a valores acessíveis em comunidades quilombolas isoladas na Calha Norte do estado do Pará. E outra, ainda, que promove a arte de populações indígenas e tradicionais do país, gerando valorização cultural e renda para suas comunidades.

Esses são os perfis dos cinco negócios de impacto socioambiental que integram a Plataforma de Empréstimo Coletivo SITAWI, que será lançada amanhã, 12 de março. A iniciativa oferece oportunidades para pessoas interessadas em investir em iniciativas que geram impacto positivo na floresta Amazônica e precisam de recursos para alavancar sua atuação e ampliar, ainda mais, esse impacto.

Pra quem tem algum dinheiro e quer investir com propósito, essa é uma ótima oportunidade.

Funciona assim: qualquer pessoa pode investir a partir de R$ 1 mil em um ou mais dos cinco negócios que participam da rodada, por meio de peer-to-peer lendingmodalidade em que uma pessoa empresta dinheiro diretamente para outra pessoa ou empresa de forma digital. Além do impacto positivo, o empréstimo proporciona uma rentabilidade de 12% ao ano, taxa atrativa nesse período de juros baixos.

Ao mesmo tempo, a iniciativa é vantajosa para os negócios que receberão o financiamento, que encontram melhores condições de juros em relação ao que conseguiriam no mercado. Eles também recebem apoio técnico e consultoria da SITAWI e de parceiros durante todo o tempo do empréstimo. A rodada amazônica vai contribuir para mobilizar R$ 3,2 milhões.

Vale destacar que a SITAWI – Finanças do Bem é organização da sociedade civil pioneira no desenvolvimento de soluções financeiras para impacto social e na análise da performance socioambiental de empresas e instituições financeiras no Brasil, com histórico de atuação na Amazônia.

 “A nossa solução de financiamento atende a esse perfil de empreendedor, que tem pouco acesso a fundos de investimentos e a crédito bancário barato, mas que criou um negócio que gera impacto”, explica Andrea Resende, Gerente de Finanças Sociais da SITAWI.

Na plataforma, os interessados podem visualizar o perfil, o impacto e as projeções financeiras dos negócios. Para participar, o investidor deve realizar um cadastro digital e fornecer informações tipicamente solicitadas por plataformas de investimento, assim como responder a um questionário sobre seu perfil de investidor.

Depois de escolher os negócios apoiados, a pessoa faz a reserva de investimento e, para confirmar, deve realizar uma TED – Transferência Eletrônica Disponível. Após a conclusão da captação, são emitidos os contratos de empréstimo entre as partes e o investidor recebe os títulos de CDBV (Certificado de Depósito Bancário Vinculado), que são emitidos para comprovar o investimento. 

A operação é realizada em parceria com a CapRate, intermediada pelo Banco Topázio e com apoio do escritório TozziniFreire Advogados e da consultoria e agência de comunicação para negócios de impacto social Oficina de Impacto. Ao longo do contrato, quem investe recebe informações atualizadas, como o monitoramento e um relatório do impacto socioambiental dos negócios investidos, suas finanças e negócios. 

Cinco ótimos investimentos

A plataforma de empréstimo coletivo é uma iniciativa da SITAWI e do Instituto Sabin. A rodada amazônica acontece no contexto da Plataforma Parceiros pela Amazônia (PPA) e tem como parceiros estratégicos e financiadores a USAID (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional), o CIAT (Centro Internacional de Agricultura Tropical), o Instituto Humanize, e como parceiro de execução o Idesam (Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia).

Os cinco negócios que integram a Plataforma de empréstimo coletivo – COEX Carajás, Na Floresta/Na’kau, Oka Juice, Prática Engenharia e Tucum Brasil – participam do Programa de Aceleração da PPA em 2020, sobre o qual já escrevi aqui, no Conexão Planeta, em novembro do ano passado.

“Ficamos muito felizes em ter a SITAWI como parceira e investidora, implementando a rodada de empréstimo coletivo para a Chamada de Negócios da PPA em 2020. Isso traz uma diversidade de investidores que, mais do que aportar recursos, irão disseminar o quão viáveis e atraentes podem ser os negócios de impacto na Amazônia”, avalia Mariano Cenamo, coordenador do Programa de Aceleração da PPA e diretor de novos negócios do Idesam.

Conheça os cinco negócios que integram a Plataforma de empréstimo coletivo:

COEX CARAJÁS (Parauapebas/PA)
Criada em 2011, a Cooperativa dos Extrativistas da Floresta Nacional de Carajás em como missão gerar renda para a população local a partir de atividades extrativistas realizadas na reserva. Sua principal atividade é a extração das folhas do jaborandi, matéria prima de cosméticos e medicamentos como colírio para glaucoma e outras doenças oculares. A extração é realizada de forma sustentável e com técnicas que garantem a conservação.

Hoje com 39 cooperados, a Coex Carajás também comercializa sementes nativas para reflorestamento de outras espécies, e sua atividade já auxiliou na recuperação de mais de mil hectares de floresta no Brasil. O investimento garantido pela plataforma será utilizado na ampliação da frente de coleta e venda de sementes nativas para reflorestamento, por meio do aumento e melhoramento da qualidade do estoque e capacitação dos cooperados com técnicas específicas para retirada de diferentes tipos de sementes, como também na aquisição de novos veículos para transporte.

NA FLORESTA NA’KAU (Manaus/AM)
Criada em 2003, tem como principal produto o chocolate Na’kau, produzido desde 2017 com cacau amazônico comprado de comunidades extrativistas ribeirinhas. Hoje trabalha com 30 famílias de produtores de cacau. A renda gerada é suficiente para que o cacau seja a única fonte econômica de muitas delas, evitando que recorram a atividades que prejudiquem a floresta.

Os produtores estão localizados nos rios Madeira e Amazonas, nos municípios de Manicoré, Nova Olinda, Novo Aripuanã, Borba, Boa Vista do Ramos e Maués. O chocolate é comercializado em nove estados do Brasil e exportado para países como Estados Unidos, Japão, Alemanha, Portugal e Suíça. O investimento garantido pela plataforma será utilizado na ampliação da frente de vendas, capital de giro para compra de mais cacau dos produtores, contratação de novos funcionários, melhoria de marketing e aquisição de maquinário.

OKA JUICE (Ananindeua/PA)
Fundada em 2018, a empresa tem como missão ser referência na produção de alimentos associados à conservação da floresta amazônica. Nasceu como opção de escala industrial para oferta de sucos prontos com frutas nativas da Amazônia, como açaí, cupuaçu, taperebá e bacuri. Todo o ciclo produtivo é pensado de modo sustentável, buscando minimizar impactos ambientais negativos.

A OKA pretende atender a cadeia produtiva de uma ponta a outra, desde a produção de insumos, capacitação de fornecedores, recuperação de área florestal por meio de agroflorestal, inclusão de fornecedores de garrafas e rótulos da região até a logística reversa das embalagens. O investimento garantido pela plataforma será utilizado na expansão comercial, visando a entrada dos sucos em grandes redes de supermercados de Belém, e também como capital de giro para ampliar a compra de matéria-prima e aquisição de equipamentos.

PRÁTIKA ENGENHARIA (Manaus, AM)
Fundada em 2018, a empresa busca prover acesso à energia elétrica limpa. Fornece e instala, a preços acessíveis, kits para geração de energia solar para comunidades quilombolas isoladas na Calha Norte do Pará, que variam de acordo com as necessidades do cliente e possibilitam a instalação de equipamentos como televisão e geladeira, ainda raros nessas regiões.

Desse modo, promove impacto social positivo, levando mais qualidade de vida a populações carente, ao mesmo tempo em que substitui geradores a diesel por energia limpa. O investimento garantido pela plataforma será utilizado para aumentar o estoque de kits – alguns dos materiais são trazidos de outros estados e a logística costuma ser demorada – e para melhorar o transporte de barco dos kits até as comunidades.

TUCUM BRASIL (Rio de Janeiro/RJ)
Fundada em 2012, tem como missão valorizar e promover a arte das populações indígenas e tradicionais do Brasil, gerando renda para suas comunidades, por meio de parcerias comerciais com associações, cooperativas, grupos produtivos ou artistas. A Tucum compra artesanato indígena e revende por meio de seu site e lojas parceiras. O trabalho é guiado pela ética, legalidade, sustentabilidade, respeito às realidades locais e relações econômicas equilibradas.

O desenvolvimento da cadeia do artesanato promove, ainda, o empoderamento de mulheres e a circulação pelos territórios, sendo contraponto ao envolvimento com atividades em garimpo e madeira. Reconhecida pelo selo Origens Brasil, a Tucum trabalha com 2.500 artesãos em 31 terras indígenas e/ou áreas protegidas, representando 54 etnias.

O investimento garantido pela plataforma será usado para transformar o site da Tucum em plataforma na qual as próprias comunidades indígenas poderão gerenciar vendas e se relacionar diretamente com os compradores, o que inclui promover a capacitação dos artesãos para utilizá-la. A Tucum vai também melhorar a frente de marketing e usar parte do investimento como capital de giro para aumentar o estoque.

Edição: Mônica Nunes

Foto: Sebastien Goldberg/Unsplash

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