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Que delícia de comida de bebê!

Gaia completou oito meses no último domingo. Dias antes surgiu seu primeiro dentinho. Assim é a natureza. Ela ainda mama bastante no peito, mas seu corpo começa a dar sinais de que a introdução ao universo mágico da alimentação já pode começar – e, de preferência, sem estereótipos, preconceitos, regras herméticas, radicalismos. Comer, afinal, além de saudável, pode ser muito prazeroso, em todas as idades.

Lembro-me da primeira vez que ela experimentou comida. Maçã. A careta denunciou a estranheza, mas o sorriso escancarou a alegria da descoberta. E era apenas o começo. Em três meses, já tivemos banana, mamão, mexerica, laranja-lima, maçã, amoras, pitangas, moranguinhos silvestres, pêssegos. Quase tudo da ecovila ou da feirinha de produtores locais. O primeiro sabor salgado veio com arroz integral orgânico, depois caldinho de feijão preto, grão de bico. Para acompanhar, o pratinho da pequena já teve inhame, mandioquinha, cenoura, batata, beterraba, tomate, couve, espinafre…

Oferecer alimento a um bebê é uma tarefa e tanto. Envolve responsabilidade (sim, gente que enche mamadeira com coca-cola existe!), sensibilidade para entender se algum alimento ou jeito de prepará-lo não foi bem recebido pelo organismo ainda em desenvolvimento, além de muita intuição de mãe (e pulso firme!) para processar e dar conta dos palpites e sugestões que recebemos todos os dias.

São tantas as verdades e doutrinas incríveis que prometem compor a dieta ideal do bebê e da criança que chega a ser engraçado pesquisar o assunto. Há quem diga que bebê que mama não precisa comer mais nada, ou que bebês só podem se alimentar com papinhas, ou que o legal é oferecer pedaços de alimentos para que a criança possa segurar com as próprias mãos e, assim, aprender a se alimentar de maneira mais autônoma. Há também um mundo de regras nessa história, e quase nada ou muito pouco que remeta ao simples prazer da experiência.

Quem nunca ouviu, diante de algum prato meio sem sabor, que aquilo parecia comida de bebê? Pois é, e quem disse que comida de bebê tem que ser sem graça, insossa? Outro dia li em algum lugar que comida de bebê pode, sim, ser temperada, e precisa ser gostosa o bastante para que os pais possam servir, sem constrangimentos, aos amigos que chegam para jantar sem avisar.

Gostei disso. Aqui em casa, a comidinha da Gaia é praticamente a mesma que servimos para nós, mãe e pai. Aliás, consigo perceber se a alimentação do casal está com algum ‘desvio de percurso’ quando é preciso excluir algo do prato da pequena porque não parece adequado para ela… Se não é legal para ela, por que seria para mim ou para você?

Critério, cada um tem o seu. Aqui, prevalece a certeza de que alimento precisa ser orgânico, sem veneno, produzido com cuidado e bons pensamentos, em terra boa e água limpa. Isso me lembra a primeira vez que minha filha bebeu…água. De tudo que ela já experimentou, talvez a água tenha sido a mais incrível para ela. Sua carinha de espanto e paixão me deixou completamente emocionada. Seu primeiro gole de água, da nascente a poucos metros de casa, parecia ter gosto de gratidão.

No fim, acho que tirei disso uma lição: consagrar o alimento, contemplá-lo e prepará-lo com amor faz dele um caminho para a saúde plena, permeado de descobertas sensoriais que aguçam nossos sentidos e também o coração da família inteira – exatamente como o almoço de hoje, totalmente preparado pelas mãos do papai, com arroz integral, inhame, beterraba e couve refogadinhos com ervas do quintal. Gaia agradece…

Foto: Feeding the baby via Photopin 

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