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Própolis verde alivia artrite reumatoide

O grande segredo da fabricação de própolis verde está nos compostos do alecrim-do-campo (Baccharis dracunculifolia), “emprestados” pelas abelhas quando elas precisam reforçar a vedação de suas colmeias. Após visitar as plantas, as abelhas produzem uma própolis com características muito especiais, que age como barreira contra a entrada de microrganismos causadores de doenças, como bactérias, fungos e vírus.

As resinas do alecrim-do-campo – uma planta nativa do Cerrado brasileiro, considerada invasora em pastagens – são ricas em flavonas e flavonoides com ação anti-inflamatória. E grande parte desses compostos está presente também na própolis verde. Sabendo disso, a bióloga Juliana Issa Hori se propôs a estudar os efeitos de diversos extratos dessa própolis no tratamento de pacientes com artrite reumatoide. E já tem notícias promissoras, na forma de um suplemento alimentar.

A artrite reumatoide é uma doença autoimune crônica, que afeta as articulações, causando inchaço e dor. Chega a comprometer os movimentos e causar deformidades, quando atinge estágios avançados. Também pode acometer pulmões, coração e rins de pessoas geneticamente predispostas. Os remédios convencionais são caros, causam efeitos colaterais (como a redução da imunidade) e, em alguns casos, contêm substâncias tóxicas.

Após terminar um mestrado em Imunologia e um doutorado em Biologia Molecular, Juliana começou a estudar uma nova via inflamatória (inflamossoma), em seu pós-doutorado na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (FMRP/USP), com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Ao mesmo tempo, na qualidade de bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), trabalhava na Apis Flora, empresa que já comercializa um extrato de própolis verde, entre outros produtos apícolas.

“Sugeri testar o extrato de própolis verde nessa nova via inflamatória, para verificar se funcionava como nos casos de inflamação clássica”, conta a pesquisadora. Funcionou. E com a vantagem de o extrato ser um produto natural, menos tóxico, com menos efeitos colaterais e bem mais barato. “Testamos em células, in vitro. E depois vimos que também é eficaz no tratamento de artrite reumatoide em camundongos, além de reduzir efeitos colaterais da medicação nem sempre percebidos, como a queda da imunidade”, complementa.

O caminho natural seria partir para uma longa bateria de testes clínicos e, em seguida, tentar aprovar o medicamento junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Mas Juliana participou de um curso de treinamento de empreendedores de alta tecnologia, promovido pela Fapesp, com o objetivo de colocar pesquisadores em contato com a realidade de mercado. Após entrevistas com médicos, pacientes, funcionários da Anvisa e farmacêuticos, ela percebeu a possibilidade de encurtar o caminho e ainda atender às necessidades dos pacientes, se em lugar de desenvolver um medicamento, optasse por um suplemento alimentar à base de própolis verde, para complementar o tratamento convencional.

“O extrato que usamos não é o mesmo daquele já disponível na linha de produtos da Apis Flora. A extração é diferenciada, de modo a priorizar alguns dos compostos ativos. E ainda mudamos a concentração e a formulação”, explica a pesquisadora. O produto final deverá ser vendido em pó ou em cápsulas. E a técnica de extração será objeto de um pedido de patente. A estimativa é de 2 a 3 anos para colocar o novo produto no mercado.

“Podemos contribuir para a melhora clínica dos doentes, sem precisar passar pelas fases clínicas necessárias para a aprovação de um medicamento ou concorrer com as grandes indústrias farmacêuticas”, conclui Juliana Issa Hori. Tomara mesmo! Para grande alívio de quem sofre com as inflamações da artrite reumatoide ou com as doenças causadas por agentes oportunistas quando o sistema imunológico baixa a guarda.

Leia também:
Própolis Verde protege a pele do seu pet  (post publicado em junho de 2016, aqui no Bioconecta)

Foto: Liana John (alecrim-do-campo)

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Dayane Ferreira
7 anos atrás

Gostaria de fazer uma pequena correção, os medicamentos para a AR não tem como efeito colateral baixar a imunidade, essa é a forma como a doença é controlada, pois o nosso sistema imune ataca as articulações e baixando a imunidade a doença entra em remissão, ou seja baixar o sistema imunológico não é um efeito colateral e sim a forma de ação do tratamento que trás qualidade de vida ao paciente com a doença, tenho AR há anos e graças a esses medicamentos tenho uma vida praticamente normal. Acredito que quando você precisa falar mal de um tratamento pra justificar o uso de outro é perigoso para a pessoa leiga que está lendo.

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