Papagaios são coloridos, possuem um bico extremamente forte, são muito fieis (normalmente escolhem um parceiro para toda a vida) e, quando ensinados, conseguem repetir palavras. Devido a essas características, são um dos maiores alvos do tráfico de animais silvestres. Mas esse não é o único problema enfrentado pelo papagaio-chauá (Amazona rhodocorytha). Além de sofrer nas mãos dos traficantes, a ave precisa sobreviver no bioma mais ameaçado do Brasil: a Mata Atlântica. Hoje, a população estimada está entre 1 mil e 2500 indivíduos e a espécie é considerada ameaçada de extinção pela IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza, na sigla em inglês).
Para tentar mudar essa história, a Fundação Neotrópica do Brasil e especialistas do Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Papagaios (PAN Papagaios), iniciaram o Projeto Papagaio-Chauá. O objetivo é mapear as áreas de ocorrência atual da espécie, verificar a qualidade dos remanescentes de vegetação nativa e sensibilizar as populações locais contra o tráfico de papagaios e a perda de habitat, nos Estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro. No futuro o projeto deverá incluir estudos sobre biologia reprodutiva da espécie, dormitórios e alimentação, além de ampliar as ações de educação para conservação e geração alternativa de renda.
Carlos Garske e Marina Somenzari, biólogos do Projeto Papagaio-Chauá
em busca da espécie (Foto: Arquivo FNB)
Até 2 de abril, a equipe do projeto vai percorrer municípios de Minas Gerais em busca do chauá. De 17 de abril a 1° de maio será a vez de municípios do Rio de Janeiro. Segundo Gláucia Seixas, coordenadora geral do Projeto, a manutenção de todas essas ações é feita a partir de editais e doações voluntárias (pessoas físicas e jurídicas). A ecóloga faz questão de lembrar de seus parceiros “Desde o início contamos com a importante parceria do Parque das Aves, Centro Nacional de Conservação de Aves Silvestres – CEMAVE/ICMBio e Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental – SPVS. Desde 2016 o projeto é patrocinado pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza“, e completa, “Toda informação que conseguirmos para localizar a espécie é importante. Se quiser ajudar, entre em contato conosco!”
Então, se você conhece ou já viu um papagaio-chauá em seu município, envie um e-mail para a equipe do projeto: projetochaua@fundacaoneotropica.org.br ou escreva uma mensagem no Facebook da Expedição Chauá. Sua informação é muito importante e pode ajudar a salvar a espécie da extinção.
Para ajudá-lo na identificação, eis o cartaz da campanha (abaixo) e algumas informações sobre as características físicas da espécie: também conhecido como papagaio-de-cabeça-vermelha; cabeça-vermelha; jiru; calau; chuá, acamatanga, acumatanga, camatanga, camutanga, chauã, chuã, cumatanga e jauá, o papagaio-chauá tem cerca de 37 centímetros e é encontrado somente no Brasil, em fragmentos de Mata Atlântica dos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Sergipe e Alagoas. Tem uma coroa vermelha bem característica. Suas bochechas amarelas são envoltas por um azul que vai dos olhos até o pescoço. As asas e corpo têm plumagem verde. Quando abertas, as asas revelam manchas pretas e vermelhas e as penas da cauda têm marcas vermelhas e pontas amareladas. Já o bico é acinzentado com uma base avermelhada. A íris dos olhos é laranja-acastanhado.
Cartaz da campanha do Projeto Papagaio-Chauá
Foto de abertura deste post: Fabiane Girardi
Salvar
Que bacana! É uma das espécies que tenho grande simpatia. Sonho há algum tempo em recuperar uma área estrategicamente para receber e reabilitar chauás, curicas, maracanãs, mutuns-do-sudeste, jacutingas e outras espécies, com grande foco na observação de aves e educação ambiental em uma região que sinto que necessita, principalmente por já ter sido muito desmatada. Inclusive outras espécies ameaçadas seriam beneficiadas, como o mico-leão-dourado, a preguiça-de-coleira dentre outros. Por enquanto é só sonho, mas espero ter condições de colocá-lo em prática em um futuro próximo. Parabéns ao pessoal pelo projeto!
Moro em Itanhaém SP aqui perto da nossa chácara no jd coronel nós avistamos uma espécie q se parece bem com esse papagaio chaua tem uma árvore bem alta aqui e bem antiga acho q ali fica o ninho deles já faz um tempo q eles vivem por aqui
Um grande abraço
Na estrada entre Itabuna /Porto Seguro/Bahia,tem homens vendendo esses animais filhotes,mais perto de Itabuna,na BR 101
Tenho uma propriedade em colatina e aqui habitam essa espécie