Projeto inovador utiliza drones para entrega de medicamentos e sangue em localidades distantes

Durante o parto da filha, Claudine teve graves complicações. Moradora de um vilarejo pobre de Ruanda, na África, precisou de uma transfusão de sangue urgente. Mas o hospital onde ela estava internada não tinha seu tipo sanguíneo. Foi um drone que salvou a vida de Claudine. E tem salvado de muitas outras pessoas naquele país.

Lançada em 2016, por uma empresa da Califórnia, a Zipline é um serviço de drone para entrega de medicamentos e bolsas de sangue. O projeto foi criado por um time de profissionais, que já havia passado por companhias de renome como Google, Boeing, SpaceX e até, a Nasa.

O projeto piloto foi testado em Ruanda. O governo do país contratou a Zipline para cuidar da logística de entrega de sangue, plasma e plaquetas a 21 hospitais, localizados no oeste do país. É preciso entender que a região é entrecortada por muitos rios e montanhas, por isso o acesso a ela, por terra, é tão difícil, levando muitas horas e muitas vezes, dias. Todavia, em casos de emergência, a diferença entre a vida e a morte de um paciente pode depender de minutos.

O centro de distribuição da Zipline pode ser contactado através de mensagens, WhatsApp ou e-mail. Rapidamente, o pedido é separado e a aeronave parte. A entrega é feita com pequenos paraquedas, assim não há necessidade de pouso, que implicaria em redução da vida da bateria e autonomia do drone.

Em quase dois anos, o serviço – são 15 drones em operação em Ruanda -, rodou mais de 300 mil km, realizando a entrega de 7 mil unidades de sangue, em 4 mil voos.

Sem necessidade de pouso: a entrega é feita através de paraquedas

Além de salvar vidas, a utilização dos drones está ajudando a reduzir custos nos hospitais, já que o sangue e seus derivados são usados antes de perder sua validade.

Os drones, que tem um formato de um pequeno avião, conseguem voar de dia e de noite, sob sol ou chuva. Tem capacidade para carregar encomendas de até 1,8 kg e cobrir uma distância de 80 km.

Recolhimento do pedido entregue pelo drone

No início de abril, a empresa anunciou que desenvolveu um novo modelo ainda mais rápido. Segundo a Zipline, a velocidade média dele é de 128 km/h (quatro vezes mais veloz que o atual) e ele consegue voar até 160 km.

Outro país africano que passará a empregar os drones para atender solicitações de emergência de medicamentos e sangue é a Tanzânia. E de acordo com a empresa, em breve, também os Estados Unidos.

Desde 2016, o projeto já recebeu três prêmios internacionais: Top 10 Most Innovative Companies in Social Good + Transportation, da publicação Fast Company; Vencedor da Categoria Body do Index – Design to Improve Life, em 2017, e Invenção do Ano, da Rock Health, em 2018.

É a tecnologia aliada à saúde, salvando vidas! Sensacional! Um exemplo que pode ser replicado em qualquer parte do mundo, e principalmente, no Brasil, um país enorme, com um sistema público de saúde ainda deficiente.


Claudine e a filha: salva pelo drone

Fotos: divulgação Zipline

Um comentário em “Projeto inovador utiliza drones para entrega de medicamentos e sangue em localidades distantes

  • 12 de junho de 2018 em 6:11 PM
    Permalink

    O lado luz dos DRONES é este, salvar vidas e ainda que o lado sombra da espécie humana veja neles a possibilidade de carregar drogas, por exemplo, ou espionar quintais de residencias para futuros assaltos, não se pode prescindir dessa bendita luz que, em mãos humanas confiáveis, estarão prestando inestimáveis serviços e abreviando espaço e tempo para ajudar pessoas, chegando onde era difícil ou impossível chegar antes.

    Resposta

Deixe uma resposta

Suzana Camargo

Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.