Professor brasileiro é premiado por pesquisa sobre combate à exclusão digital

Por Maria Fernanda Ziegler*

Com projeto de combate à exclusão digital, o professor Marcelo Medeiros Eler, do curso de Sistemas de Informação da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH-USP), foi um dos premiados no Facebook Testing and Verification Research Awards.

O projeto Automated Accessibility Testing of Mobile Apps, de autoria de Eler – em parceria com os também premiados Gordon Fraser, da Universidade de Passau (Alemanha), e José Miguel Rojas, da Universidade de Leicester (Inglaterra) –, foi um dos 10 projetos selecionados entre os 145 submetidos para o prêmio da rede social.

A pesquisa tem como base e motivação as contribuições iniciais descritas em artigo de mesmo nome – Automated Accessibility Testing of Mobile Apps –, publicado recentemente em uma conferência internacional de teste de software.

“Desenvolvemos técnicas para avaliar e testar automaticamente aplicativos de celular quanto à acessibilidade digital para usuários com deficiência, seja motora, intelectual, de audição ou visual”, disse Eler à Agência Fapesp.

Ele explica que celulares e computadores geralmente têm softwares como leitores de telas, que auxiliam usuários cegos, por exemplo. “No entanto, para que eles funcionem adequadamente, alguns recursos têm que ser implementados nos aplicativos, caso contrário o usuário não tem informações suficientes para usá-los”, disse.

Com apoio da FAPESP por meio de uma Bolsa de Pesquisa no Exterior na University of Sheffield, no Reino Unido, Eler desenvolveu a ferramenta MATE (Mobile Accessibility Testing), que explora automaticamente aplicativos por meio de diferentes testes de acessibilidade.

Para cada problema detectado, a ferramenta gera um relatório detalhado que dá suporte ao desenvolvedor na correção desse problema.

Além de prêmio no valor de US$ 10 mil para uso no projeto, os vencedores participarão de um workshop realizado no escritório do Facebook em Londres, em 27 de novembro. O workshop faz parte do Simpósio TAV do Facebook, que tem o objetivo de construir colaboração significativa e intercâmbio entre pesquisa científica de Testes e Verificação realizados na academia e na indústria.

“Agora, queremos melhorar o protótipo e ampliar os testes. Ainda temos limitações na exploração de aplicativos ou áreas de aplicativos que exigem login, senha ou CPF, por exemplo. Precisamos melhorar o processo de exploração automática. Outra demanda é que nem todas as questões de acessibilidade podem ser avaliadas automaticamente porque dependem de contexto e julgamento humano, que a máquina não consegue decidir”, disse Eler.

O objetivo dos pesquisadores é descobrir quais são as questões de acessibilidade que podem ser decididas automaticamente para ampliar o protótipo com novas técnicas que atendam essas questões detectáveis pela máquina e assim diminuir o trabalho realizado manualmente.

Para tanto, Eler acaba de ter aprovado pela Fapesp um Auxílio à Pesquisa Regular, em que pretende colaborar com a automação da avaliação de aplicações móveis. A ampliação do protótipo e o melhoramento dos testes terão o apoio de colaboradores do Brasil, como alunos de pós-graduação da USP, e do exterior.

*Este texto foi publicado originalmente no site da Agência Fapesp, em 9/11/2018

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Mônica Nunes

Jornalista com experiência em revistas e internet, escreveu sobre moda, luxo, saúde, educação financeira e sustentabilidade. Trabalhou durante 14 anos na Editora Abril. Foi editora na revista Claudia, no site feminino Paralela, e colaborou com Você S.A. e Capricho. Por oito anos, dirigiu o premiado site Planeta Sustentável, da mesma editora, considerado pela United Nations Foundation como o maior portal no tema. Integrou a Rede de Mulheres Líderes em Sustentabilidade e, em 2015, participou da conferência TEDxSãoPaulo.