Primeiros navios cargueiros elétricos do mundo começarão a operar na Bélgica e Holanda

Primeiros navios cargueiros elétricos do mundo começarão a operar na Holanda

No próximo verão europeu, o porto de Antuérpia, na Bélgica, vai se tornar uma atração internacional. É que o primeiro navio cargueiro elétrico do mundo, o Port-Liner, entrará em operação ali.

Já sendo chamado de “Tesla dos Canais”, o novo barco foi desenvolvido graças a uma parceria entre o governo da Antuérpia e a Comunidade Europeia, em um investimento total de pouco mais de 200 milhões de euros. O objetivo do projeto é reduzir o tráfego de caminhões nas estradas do país.

Port-Liner é apenas um dos navios que estão em construção. No total, serão cinco barcos pequenos, com 52 metros de comprimento e 6,7 de largura, e outros seis grandes, com 110 metros de comprimento e capacidade para carregar até 270 contêineres. Os menores poderão acomodar 24 contêineres com um peso total de 425 toneladas.

Os barcos foram projetados pela empresa holandesa de arquitetura naval Omega. Os menores conseguirão viajar por 15 horas e os maiores por 35 horas, utilizando somente a eletricidade proveniente das baterias instaladas no deck.

A recarga completa da bateria dos navios cargueiros de 52 mt leva quatro horas e quando necessário, ela pode ser substituída por outras existentes no porto.

Os barcos de grande porte serão utilizados nos trajetos entre os portos de Rotterdam, Amsterdam, Antuérpia e Duisburg. Todos os onze cargueiros estarão prontos no segundo semestre de 2019. Depois disso, a empresa Port-Liner, responsável pela construção dos barcos, pretende encomendar mais quatro.

“Todos eles já estão totalmente alugados para companhias de transporte marítimo e grandes empresas de contêineres. Caso contrário, não começaríamos a construí-los”, afirmou Ton van Meegen, CEO da Port-Liner.

O custo dos cargueiros menores é de 1,5 milhão de euros e os maiores, 3,5 milhões. Meegen garante que o valor não é mais alto do que o de um barco movido a diesel.

Fim da era do diesel

O diesel é um dos combustíveis fósseis mais poluentes que existe. Sua queima libera uma quantidade enorme de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, um gás apontado como sendo um dos principais responsáveis pelo aquecimento global.

Diversos países ao redor do mundo já anunciaram a proibição, para os próximos anos, de veículos movidos a diesel, em uma iniciativa para combater a poluição nas grandes cidades, provocando milhares de mortes (leia mais aqui).

Além disso, estudos mostram que o barulho causado pelo trânsito marítimo nos oceanos pertuba a vida marinha, afetando a maneira como peixes e demais espécies se comportam debaixo d’água e muitas vezes, comprometendo sua sobrevivência.

Navios elétricos, assim como carros, são mais silenciosos, tendo assim, menor impacto sobre o meio ambiente.

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Imagem: Omega Architects

11 comentários em “Primeiros navios cargueiros elétricos do mundo começarão a operar na Bélgica e Holanda

  • 23 de agosto de 2018 em 2:22 PM
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    Antuérpia fica na Bélgica, no Norte do país.

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    • 23 de agosto de 2018 em 3:22 PM
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      Você tem toda razão, Diogo! Falha minha! Obrigada pela mensagem. Informação já foi consertada.
      Abraço,
      Suzana

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  • 17 de junho de 2019 em 6:26 PM
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    Reduzir o tráfico de caminhões é dose. rsrs

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    • 18 de junho de 2019 em 10:17 AM
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      Opa! Erro horrível mesmo, Tadeu!
      Obrigada pelo alerta! Já está consertado.
      Abraço,
      Suzana

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      • 20 de junho de 2019 em 9:37 AM
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        O incremento da navegação tem como consequência a redução do tráfego rodoviário.
        O mesmo raciocínio se aplica ao transporte ferroviário.

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      • 22 de junho de 2019 em 7:10 AM
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        Trêtas americanizadas. Ha mais de um seculo tesla inventou o motor eletrico e so agora veio pro mercado. Estamos na pre história de acumuladores de energia e assim não vingara o motor elétrico. Ha outras slternativass motor a hidrogenio muito melhor k eletrico surgirá emv2021

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  • 19 de junho de 2019 em 1:26 PM
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    O problema do Diesel não é o CO2, que ė necessário para a vida. O problema são os particulados que ele libera na queima, bem como outros compostos nocivos, de enxofre, por exemplo.

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  • 19 de junho de 2019 em 5:19 PM
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    Contêineres..?? Artigo interessante.

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  • 20 de junho de 2019 em 12:01 PM
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    o grande problema ainda está na durabilidade das cargas das baterias. na durabilidade das mesmas (limite de recargas) na forma que são obtidos os materiais para fabricar as baterias . e no preço das mesmas. enquanto isto não mudar. nada muda e disto ninguém fala

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Suzana Camargo

Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.