Pescadores islandeses são flagrados com baleia azul morta, espécie em risco de extinção e com a caça proibida


Pescadores islandeses são flagrados com baleia azul morta, espécie em extinção com caça proibida

A baleia azul (Balaenoptera musculus) é o maior animal do planeta. Pode pesar até 200 toneladas, ter mais de 30 metros de comprimento e seu coração o tamanho de um fusca. Apesar de suas dimensões impressionantes, a espécie é considerada ameaçada de extinção. Segundo o WWF International, aproximadamente 360 mil baleias azuis foram mortas nas águas da Antártica no século 20.

Estima-se que restem entre 10 mil a 25 mil indivíduos em nossos oceanos. Por isso, sua caça é proibida desde a década de 80.

Mas um flagrante feito pela organização de proteção às baleias Hard to Port mostra uma baleia azul morta por pescadores em Hvalfjordur, na Islândia. O animal gigantesco é provavelmente um filhote, acreditam especialistas que examinaram a imagem.

A empresa de pesca onde a baleia estava alegou que o exemplar não é uma baleia azul, mas uma baleia fin (Balaenoptera physalus) ou uma baleia híbrida, resultado do cruzamento de duas espécies, e que na Islândia, as duas últimas não têm a caça proibida.

Rapidamente, um grupo de pesquisadores e cientistas de cetáceos de diversos países do mundo divulgou um comunicado afirmando que todas as características morfológicas da foto apontam que o animal morto seja uma baleia azul e que exigem uma investigação sobre o caso.

Segundo a legislação islandesa, navios flagrados caçando baleias não permitidas devem ser confiscados no porto e mantidos ali até que a corte chegue a um veredicto e seu capitão seja julgado.

Os cientistas pedem ainda que testes genéticos sejam realizados com a baleia morta para que seja comprovada sua espécie. Eles ressaltam que mesmo que a baleia seja híbrida, ela deveria ter sido preservada pois é muito rara e desta maneira, importantíssima para estudos científicos e a compreensão de seus hábitos e existência.

O governo da Islândia afirmou que irá investigar o caso e que exames de DNA serão realizados.

Durante séculos, a carne e o óleo da baleia eram utilizados nos países nórdicos. Infelizmente, hoje em dia, alguns deles ainda matam baleias, sobretudo, pela carne, considerada uma iguaria.

Em 2013, a Islândia estabeleceu uma “cota” de caça de 154 baleias fin e 229 baleias mink por ano. O país, assim como o Japão, não segue a moratória internacional de proibir a caça de qualquer tipo de espécie de baleia.

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Foto: divulgação Hard to Port 

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Suzana Camargo

Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.