Parques da zona sul de São Paulo são fechados após morte de sagui com febre amarela

Parques da zona sul de São Paulo são fechados após morte de sagui com febre amarela

Depois da confirmação feita pelo Instituto Adolfo Lutz de que o macaco encontrado morto em uma casa no bairro de Santo Amaro, na zona sul da capital paulista, tinha mesmo febre amarela, a prefeitura de São Paulo decidiu fechar quatro parques municipais da região: Severo Gomes, na Granja Julieta;  Cordeiro, na Chácara Monte Alegre; Chuvisco, no Jardim Aeroporto e Linear Invernada, no Campo Belo.

Além disso, a Secretária de Saúde realizou um plantão especial de vacinação contra a febre amarela nos postos de saúde desses bairros, no sábado e na segunda-feira.

Vale lembrar, mais uma vez, que o macaco não transmite a doença! Ao contrário, ele é importantíssimo porque indica áreas onde o mosquito que transmite a febre amarela está presente.

“Os macacos também são vítimas da doença, que pode matá-los. No ciclo silvestre da febre amarela, os primatas não humanos são os principais hospedeiros do vírus, mas os vetores, ou seja, aqueles que carregam o vírus e o transmitem, são os mosquitos com hábitos estritamente silvestres, que vivem nas matas”, explicou Ana Marli Sartori, médica infectologista do Hospital das Clínicas de São Paulo, em entrevista ao Conexão Planeta, em janeiro.

No mais atual relatório de monitoramento divulgado pelo Ministério da Saúde, divulgado em 30/01, foram confirmadas, desde julho de 2017, as mortes de 482 macacos infectados pela febre amarela e 919 casos ainda sendo investigados. Já em seres humanos, são 213 casos confirmados, com 81 mortes. Há ainda 435 pacientes doentes sendo analisados para determinar se estão com a doença ou não.

A grande maioria dos macacos mortos – 417 – foi encontrada no estado de São Paulo, seguido por 58 em Minas Gerais e seis no Rio de Janeiro. É no estado paulista que também está registrado o maior número de mortes entre humanos: 43 óbitos.

Segundo o relatório do Ministério da Saúde, entre 2016/2017, foi registrado o surto mais expressivo de febre amarela no Brasil, que afetou principalmente os estados da região Sudeste, quando foram registrados 779 casos humanos e 262 óbitos. Infelizmente, parece que 2018 vai superar estes números.

 

A principal forma de se prevenir contra a febre amarela é por meio da vacinação. Se você ainda não conseguiu se imunizar, use repelente e evite o deslocamento ou permanência em áreas onde o vírus circula.

A vacinação promovida pela Secretária de Saúde, no estado de São Paulo, vai até o dia 17/01 em 53 municípios e mais 20 distritos da capital.

Confira abaixo a lista das localidades:

Municípios: Diadema, Mauá, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Bertioga, Cubatão, Guarujá, Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe, Praia Grande, Santos, São Vicente, Caçapava, Igaratá, Jacareí, Jambeiro, Monteiro Lobato, Paraibuna, Santa Branca, São José dos Campos, Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião, Ubatuba, Aparecida, Arapeí, Areias, Bananal, Cachoeira Paulista, Canas, Cruzeiro, Cunha, Lagoinha, Lavrinhas, Guaratinguetá, Lorena, Natividade da Serra, Pindamonhangaba, Piquete, Potim, Queluz, Redenção da Serra, Roseira, São Bento do Sapucaí, São José do Barreiro, São Luiz do Paraitinga, Silveiras, Taubaté, Tremembé

Distritos da capital: Campo Limpo, Capão Redondo, Cidade Ademar, Cidade Dutra, Cursino, Grajaú, Jabaquara, Jardim São Luís, Pedreira, Sacomã, Socorro e Vila Andrade, Cidade Líder, Cidade Tiradentes, Guaianazes, Iguatemi, José Bonifácio, Parque do Carmo, São Mateus e São Rafael.

Há mais informações sobre os locais disponíveis para vacinação neste link. E neste site você também pode esclarecer demais dúvidas sobre sintomas, contágio e validade da vacina.

Leia também:
Febre amarela mata todos os macacos bugios do Horto Florestal de São Paulo
Registro de primeiras mortes aumenta alerta sobre a febre amarela na região Sudeste
Bugios: eles não precisam de mais uma ameaça!
O silêncio dos bugios inocentes

Foto: domínio público/pixabay

Deixe uma resposta

Suzana Camargo

Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.