Para cuidarmos melhor do planeta – e da Amazônia -, vamos cuidar do feminino?

A maneira como tratamos o planeta está intimamente relacionada à energia feminina que nos habita – homens e mulheres. Um dia, perguntei ao líder espiritual Sri Prem Baba como poderia trabalhar, de maneira mais eficiente, para que as pessoas se aproximassem amorosamente da natureza. Sabe o que ele respondeu? “Olhe para o feminino em você e comece fazendo isso curando sua relação com sua mãe”. Afundei na cadeira.

Em seu blog, o mestre aprofunda essa ideia: “Muitas vezes, nós não conseguimos ter consciência objetiva de como nos relacionamos com nossa mãe porque nos tornamos indiferentes a ela, assim como nos tornamos indiferentes em relação ao planeta. Precisamos derrubar as paredes da indiferença em relação à mãe que é o planeta, em relação à mulher que está ao seu lado e ao feminino que está em você”.

Mas, e o que é o “feminino” em cada um de nós? É nosso poder de aceitação: aceitar os fatos como se apresentam, que as coisas muitas vezes não correspondem às nossas expectativas, que temos sombras, que luzes nos habitam, que o outro não é como gostaríamos que fosse. Aceitar em paz, enfim.

Feminino é amorosidade. É despertarmos para nossa capacidade de amar e de acolher: o outro, a natureza, a nós mesmos. Todo mundo sempre fala sobre amar, “ficar no coração”, mas como fazer isso? Através do silêncio. As respostas mais profundas surgem de dentro da gente pela nossa capacidade intuitiva quando nos permitimos silenciar a tagarelice. Quando silenciamos internamente fica mais fácil entrar em contato com nossa amorosidade.

As mães, biológicas ou não, representam a essência desse feminino dentro de nós. Nos harmonizarmos com elas significa ampliar nossa capacidade de amar, de perdoar, de aceitar, de acolher, de criar. Por isso, essa relação tão próxima entre curar nossa relação com nossas mães = curar nosso feminino = cuidar melhor do planeta. E esse processo é muito natural. Simplesmente acontece e começa de dentro para fora. Além disso, a Terra é mãe. Dela nasce tudo o que vemos. Abra os olhos e enxergue: tudo o que você vê foi parido dela, direta ou indiretamente. Inclusive você! Ao longo da vida teremos sempre duas mães, pelo menos.

Então, é essencial praticar o autocuidado – darei a mim o que mereço e o que me faz feliz. Me cercarei de pessoas que me fazem bem. Me harmonizarei com minha mãe. Terei momentos de calma e de paz em minha companhia. Me permitirei ficar mais tempo na natureza. Saberei me acolher e me aceitar, como sou. Me alimentarei de maneira saudável para mim e para o planeta. Realizarei atividades que alegram minha alma e promovem o bem ao meu redor. Saberei dar e receber abraços. Observarei o quanto ampliar minha amorosidade comigo mesmo me instiga a compartilhar esse amor com os outros. Meu autorrespeito se expandirá e chegará na amada Terra.

É assim que acontece. E, neste momento, da mãe e do feminino, presto aqui minha homenagem a outra grande mãe que habita o corpo da Terra e pela qual tenho profunda reverência: a Amazônia!

Sinceramente, eu oro e trabalho para que todas as pessoas consigam perceber o quanto estar nesta floresta potencializa, cura e nutre o feminino que nos habita. Por que? Ela é natureza extremamente abundante e viva, pulsante! Nos coloca em contato com nosso melhor. Desperta, em nós, virtudes como coragem, inocência, força, fé, humildade e amor: um belo passo para iluminar a longa jornada de cura da nossa energia feminina. Isso é Reconexão Amazônia, é reconexão consigo e com tudo. Estamos juntos nessa!

Foto: Tanja Heffner

Um comentário em “Para cuidarmos melhor do planeta – e da Amazônia -, vamos cuidar do feminino?

  • 20 de setembro de 2017 em 9:33 AM
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    MÃE É MÃE! ELAS SÃO TUDO NA VIDA DE TODOS, SEM ELAS NÃO EXISTIRA NADA. A MULHER
    TRABALHA MUITAS VEZES MAIS QUE O HOMEM, NÓS HOMENS ACHAMOS QUE SOMOS OS
    TAIS, PORÉM SEM ELAS NÃO SOMOS NADA. O FEMININO EM FUTURO BREVE PREDOMINARÁ
    NO UNIVERSO.

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Karina Miotto

Conectada com a força da floresta – guiada, protegida e inspirada por ela. Jornalista ambiental, educadora e fundadora do Reconexão Amazônia. Há mais de uma década tem se dedicado a proteger a Amazônia, onde morou por cinco anos. Mestre em Ciências Holísticas pela Schumacher College, Inglaterra, é formada em Educação para a Sustentabilidade pelo Gaia Education e Vivências com a Natureza pelo Instituto Romã.