Paquistão planta 1 billhão de árvores para combater mudanças climáticas

Enquanto as grandes potências como Estados Unidos, Rússia e Coréia do Norte estão se degladiando publicamente, com ameaças lamentáveis sobre uma possível guerra, são as pequenas nações que têm dado belos exemplos.

Em março deste ano, mostramos aqui que El Salvador, o menor e um dos mais pobres países da América Latina, tomou a decisão histórica de proibir a mineração de ouro e outros metais com o objetivo de proteger o meio ambiente, os recursos naturais e a população ao “acabar com uma ameaça ao desenvolvimento e bem-estar de seus habitantes”.

Agora é o Paquistão que ganha as manchetes internacionais ao divulgar que plantou 1 bilhão de árvores em apenas dois anos. O plantio foi feito na província de Khyber Pakhtunkhaw, no noroeste do país. O projeto chamado de Billion Tree Tsunami quer recuperar as florestas, que foram devastadas nas últimas décadas, e com isso, combater os efeitos do aquecimento global.

Foi justamente numa região que tem sido gravemente afetada por enchentes, um dos muitos extremos climáticos provocados pelo aquecimento da temperatura da superfície da Terra, que o projeto foi implantado. A iniciativa foi liderada por Imran Khan, um antigo jogador e estrela do cricket no Paquistão, que se tornou político.

A intenção inicial é que o plantio das 1 bilhão de árvores fosse feito até dezembro de 2017. Com quatro meses de antecedência, a meta foi alcançada: foram replantados 350 mil hectares de florestas e terras degradadas em Khyber Pakhtunkhaw, no vale da montanha Hindu Kush.

As árvores foram plantadas, sobretudo, ao longo do rio Gambila, que por causa do desmatamento, sofria com a erosão.

Paquistão planta 1 billhão de árvores para combater mudanças climáticas

Foi feito um investimento gigantesco em viveiros da região

O governo investiu 123 milhões de dólares no projeto para que fosse possível produzir a quantidade de mudas necessárias, o que foi importante para fomentar a economia local de Khyber Pakhtunkhaw. Até junho de 2020, mais 100 milhões de dólares serão usados para a manutenção das árvores, trabalho este monitorado pelo WWF-Paquistão.

O projeto Billion Tree Tsunami, que agora deve ser levado para outras partes do país, fez parte de um esforço internacional para recuperar 150 milhões de hectares de áreas desmatadas até 2020 e 350 milhões até 2030, como parte de um desafio proposto, em 2011, em Bonn, na Alemanha, e o qual recebeu a adesão de 20 países.

Restam hoje no Paquistão 3% de suas florestas originais. O país aparece numa lista das nações que mais devem sofrer com os efeitos das mudanças climáticas na Ásia.

Além do combate a desastres naturais, a recuperação das florestas ajuda a restabelecer a biodiversidade e garantir o suprimento de água da região, não somente através do rio, mas evitando o derretimento de gelo das  montanhas.

Fotos: divulgação Billion Tree Tsunami

6 comentários em “Paquistão planta 1 billhão de árvores para combater mudanças climáticas

  • 15 de agosto de 2017 em 2:48 PM
    Permalink

    Adorei a matéria Suzana!

    Resposta
    • 15 de agosto de 2017 em 3:39 PM
      Permalink

      Obrigada, querida!!!
      Beijo grande!

      Resposta
  • 16 de agosto de 2017 em 1:26 PM
    Permalink

    Perfeito, vai grandes empresários brasileiros pensem nisso, não é só os pobres q vão perder com o aquecimento global, Grande matéria… Ainda acredito nos brasileiros, depender de políticos morreremos todos carbonizados pela poluição e desmatamento..

    Resposta
  • 16 de agosto de 2017 em 5:44 PM
    Permalink

    Adorei esse projeto maravilhoso DEUS abençoe a todos !!!

    Resposta
  • 17 de agosto de 2017 em 12:21 PM
    Permalink

    Gostaria de saber sobre o projeto, se o plantio dessas árvores foram de plantas nativas ou se não tiveram esse cuidado

    Resposta

Deixe uma resposta

Suzana Camargo

Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.