Papa Francisco transforma palácio do Vaticano em albergue para pessoas sem teto

Papa transforma palácio do Vaticano em albergue para pessoas sem teto

O Palazzo Migliori fica situado bem próximo da Praça de São Pedro, no Vaticano, em Roma. O palácio, construído no século XIX, foi a residência da família Migliori até meados de 1930. Depois disso, o local foi doado para a Igreja Católica, que o transformou em uma casa para mães solteiras, administrada pela ordem religiosa Calasanziane .

Em novembro do ano passado, as irmãs Calasanziane foram relocadas para outro lugar e o palácio passou por uma grande reforma. Uma das intenções era abrir ali um hotel de luxo para que cardeais e outros religiosos que estivessem em Roma pudessem ser acomodados.

Mas o Papa Francisco decidiu que o prédio de quatro andares teria um propósito melhor e mais nobre: seria um albergue para pessoas sem teto. Reinaugurado recentemente, agora oferece comida, lazer e moradia para aqueles que estão passando por dificuldades financeiras.

Chamado de “Palácio dos Pobres”, o edifício possui 16 quartos, sala com aparelhos de televisão e computadores. Além disso, tem uma biblioteca e oferece aconselhamento psicológico.

Já antes de ser eleito papa, na Argentina, seu país natal, Francisco trabalhava muito pelos mais carentes. Quando se mudou para Roma, continuou pensando nos mais necessitados. Em 2015, ordenou que um morador de rua, muito conhecido por padres, fosse enterrado no Vaticano, dentro de um cemitério normalmente reservado a clérigos. Também determinou que chuveiros para os desabrigados fossem instalados em banheiros públicos a poucos metros da Praça de São Pedro.

Esta semana, em um encontro com ministros da economia de diversos países, alguns recebedores do Nobel de Economia e o diretor do Fundo Monetário Internacional, o pontífice afirmou que é preciso que o sistema financeiro global reduza a crescente desigualdade de renda, priorizando as necessidades dos pobres que são deixados para trás pela “globalização da indiferença”.

“O mundo é rico e, no entanto, o número de pessoas pobres está aumentando ao nosso redor. Centenas de milhões delas vivem em extrema pobreza e carecem de comida, moradia, saúde, educação, eletricidade e água potável. Cerca de 5 milhões de crianças morrerão neste ano por causas relacionadas à pobreza”, lamentou Francisco.

O papa ressaltou ainda que a desigualdade é responsável também por outros mazelas como o trabalho escravo, o tráfico de órgãos e a prostituição.

“Temos que escolher o que e a quem priorizar”, disse ele. “Nossa escolha levará ao aumento da injustiça social e da violência ou à “humanização dos sistemas socioeconômicos”.

*Com informações do Vatican News

Leia também:
Papa Francisco recorda a tragédia de Brumadinho e se solidariza com as famílias das vítimas
Papa Francisco nomeia primeira mulher para cargo de alto nível na Secretaria de Estado do Vaticano
Papa Francisco abole sigilo pontifício para casos de pedofilia, pornografia infantil e outros crimes sexuais

Foto: reprodução Facebook Vatican News

3 comentários em “Papa Francisco transforma palácio do Vaticano em albergue para pessoas sem teto

  • 8 de fevereiro de 2020 em 3:36 PM
    Permalink

    A fonte ao final da matéria não fala nada sobre o tema !

    Resposta
    • 10 de fevereiro de 2020 em 9:59 AM
      Permalink

      Oi Davi,
      Obrigada pela mensagem!
      Sim, a fonte ao final do texto fala sobre o encontro no Vaticano com representantes da economia mundial e o que o Papa pensa sobre a pobreza, exatamente como foi citado no texto.
      Abraço,
      Suzana

      Resposta
  • 11 de fevereiro de 2020 em 10:08 AM
    Permalink

    Achei muito louvável a decisão do papa Francisco em transformar esse prédio em albergue para desabrigados. São nossos irmãos em Cristo, desprovidos de recursos financeiros sem condições de sobrevivência. Que as autoridades políticas sigam esse exemplo ao invés de se preocupar tanto em viagens desnecessárias aviões de luxo e corrupção que tira do pobre e enche os bolsos dos que enganaram o povo com falsas promessas de soluções favoráveis à população .

    Resposta

Deixe uma resposta

Suzana Camargo

Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.