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ONU reforça campanha contra tráfico de animais silvestres para celebrar o Dia e a Semana do Meio Ambiente

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Quando pensamos em atividades ilegais e extremamente lucrativas, lembramos rapidamente de armas e drogas. Mas, entre as quatro atividades criminosas mais rentáveis do mundo, está o tráfico de plantas e animais silvestres e, por consequência, tudo que é produzido a partir deles.

Esta é uma das grandes ameaças à biodiversidade, à economia e a vida dos seres humanos (já que inúmeras doenças são disseminadas), também no Brasil, que é o país mais biodiverso do mundo com quase 104 mil espécies animais conhecidas e um número muito elevado de espécimes tem sido extraído da natureza, sem contar a capacidade de reposição natural.

Basta pesquisar os números para se ter ideia da dimensão do problema. A ONG Renctas estima que, no Brasil, cerca de 38 milhões de animais são retirados de seu habitat por ano, e, desses, apenas 4 milhões são realmente vendidos. Isto acontece porque boa parte dos animais morre antes de chegar ao destino. No comércio de animais vivos, por exemplo, a cada dez traficados, apenas um sobrevive.

Com esse crime, perde-se 10 mil vezes mais dinheiro do que o necessário para combate-lo, o que representa entre 20 e 30 milhões de dólares.

Por isso, ações, legislações e sanções, em nível nacional e internacional – além de incentivos econômicos e meios de subsistência alternativos para aqueles que se sustentam dessa cadeia de crimes -, são imprescindíveis. E mais: a perpetuação dessa atividade impede que conquistemos os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ODS) da Agenda Global lançada pela ONU em setembro do ano passado e que está valendo desde o dia 1/1 deste ano. Afinal, esse crime ameaça a biodiversidade, a vida das pessoas e perturba a paz mundial.

Daí o engajamento da ONU – Organização das Nações Unidas, sob coordenação do PNUMA – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e com o apoio da ONU Verde (grupo de trabalho que reúne agências da organização que atual no país), na campanha Wild for Life, lançada em maio, que ganha novo fôlego com o a Dia e a Semana do Meio Ambiente, sob o slogan Solte a Fera pela Vida.

A campanha #WildForLife

Com o apoio de celebridades brasileiras como Gisele Bündchen, Neymar Jr. e Lenine, a campanha que espalhou a hashtag #WildForLife pelas redes visa mobilizar milhões de pessoas pelo mundo para que tomem medidas – em seu âmbito – contra a captura ilegal e o tráfico de espécies e animais selvagens.

A ideia é que cada participante escolha sua espécie preferida – por meio de um quiz no site da campanha – e use suas próprias esferas de influência para disseminá-la. Gisele defende as tartarugas.

Agora, com o Dia Mundial do Meio Ambientedata que tem crescido bastante no mundo já que sinaliza um ótimo ponto de partida para a adoção de atitudes a favor da natureza ou de estímulo a ações individuais ou coletivas de impacto positivo – e sua semana (de 5 a 10/6), a Wild for Life se espalha ainda mais. Até o dia 8, Brasília será palco de inúmeras atividades, mas a intenção da ONU é que cada cidadão, cidade, escola ou empresa, realize suas próprias ações para debater o tema e espalhe pelas redes sociais com a hashtag #DMMA2016.

O crime ambiental só cresce

O lucro com o comércio ilegal de animais silvestres ameaça a paz e a segurança dos países envolvidos e também prejudica a subsistência de comunidades locais, mas poucos sabem disso. É o que revela o relatório O aumento do crime ambiental (The Rise of Environmental Crime) lançado ontem pelo Pnuma em parceria com a Interpol. O custo dos crimes ambientais somam 258 bilhões de dólares, o que representa 26% a mais do que em 2014. Este número mostra, também, que o recorde de crimes ambientais foi quebrado (!), superando o comércio ilegal de armas de pequeno porte, avaliado em três bilhões de dólares.

Leis enfraquecidas e financiamento escasso para manter forças de segurança atuantes estão entre os motivos que vêm fortalecendo essas redes internacionais do crime. Nessas transações circulam quantidades enormes de dinheiro que também alimentam terroristas e grupos extremamente sofisticados. Quer ver? Na América do Sul, os cartéis de drogas têm envolvimento profundo com o tráfico de fauna silvestre. Em alguns casos, eles utilizam suas peles ou corpos para transportar droga.

E tudo isso naturalmente alimenta conflitos, arrasa ecossistemas e coloca inúmeras espécies na lista dos animais em risco de extinção.

Foto: Reprodução Pnuma

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