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O vínculo com o espaço melhora o nosso olhar. Na natureza, então…


É sempre muito bom conhecer novos parques e praças para brincar com a natureza. Nosso objetivo, com o projeto Ser Criança é Natural – que dá nome a este blog – é estimular, inspirar e orientar para que, cada vez mais, nossos parques e praças sejam coabitados por plantas, animais, e famílias brincando.

A primeira experiência em um espaço é sempre impactante, cheia de descobertas, afinal, há muito a ser explorado. Tudo é novo! Neste primeiro contato, somos tomados por um sentimento de querer conhecer tudo, de conhecer o desconhecido. Logo logo se percebe o quanto a natureza é vasta, infinita, mesmo em uma pequena praça ou jardim. Quanto mais se observa, mais se descobre novos participantes dessa imensa e bela teia da vida.

Mas o que acontece quando visitamos muitas vezes o mesmo local? Esse sentimento de novidade passa a dar vez a um sentimento maior. A exploração dá lugar ao desejo de conhecer o espaço. Quanto mais as pessoas brincam num mesmo espaço, mais estabelecem vínculos com ele, mais descobrem sua riqueza. Quando o senso de familiaridade aparece, a relação muda. O sentimento de segurança cresce. O que se chamava de local passa a ser chamado de lugar, o lugar que é reconhecido, o lugar que é familiar e faz, assim, brotar o sentimento de pertencimento.

Nos encontros presenciais do Ser Criança é Natural, costumamos visitar muitos parques diferentes, mas também visitamos o mesmo parque inúmeras vezes e repetimos um mesmo percurso. Passamos a conhecer os espaços, o melhor local para observar teias de aranha, onde moram os tatuzinhos, onde tem uma terra boa para virar barro, onde estão as sementes que parecem helicópteros, em que mês encontramos mais lagartas e quando encontramos mais borboletas…

A profundidade da experiência é maior quando se tem a oportunidade de visitar repetidas vezes o mesmo lugar, pois a percepção de que a vida é uma grande dança, de que todos os seres estão em permanente movimento, num constante vir-a-ser, é uma observação/sentimento que emerge aos poucos, para aqueles que se abrem para ela.

Mas, para as crianças, essa percepção é natural. O olhar das crianças é muito mais sensível e enxerga coisas que passam desapercebidas pelos nossos olhos. Além de perceber/sentir o movimento da vida nos outros seres vivos, as crianças são tão espontâneas quanto eles, e expressam, pela imaginação, a mesma força que gera tudo que existe.

A criatividade das crianças é viva e cria possibilidades, histórias. Por mais que estejamos em um mesmo parque em nossos encontros, as crianças sempre nos mostram novas possibilidades, garantindo nosso lugar como seres pertencentes ao grande corpo vivo da Terra.

Foto: Renata Stort

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