Foi com essa pergunta que, juntos, escolhemos trilhar um caminho diferente. Eu, Gabi, trabalhava como advogada em um grande escritório, enquanto o Felipe – que, aqui, vou chamar sempre de Fe – era responsável pelo marketing de uma multinacional conhecida. Dez anos de carreira, algum dinheiro guardado e a sensação de ter feito muito pouco por nós – e pelo mundo.
Mergulhados em dúvidas e questionamentos, iniciamos uma busca entusiasmada pela nossa missão, munidos da única certeza que tínhamos naquela hora: queremos servir à sociedade com o melhor que temos pra oferecer. Foi quando decidimos investir nosso tempo e dinheiro em uma nova carreira, agora dedicada ao desenvolvimento e transformação social.
Respiramos fundo, pedimos a conta e depois de muitos meses de pesquisa e planejamento, embarcamos no primeiro grande projeto das nossas vidas: o Think Twice Brasil – Experiência de Empatia. Percorremos 40 países ao longo de 400 dias, passando por vilarejos remotos na África a campos de refugiados no Oriente Médio. Uma jornada profunda de empatia e estudo da desigualdade social e de gênero, com a intenção de enxergar o mundo sob uma nova perspectiva, renovar nossa crença em nós mesmos e na humanidade e compreender de que forma podemos solucionar os problemas do mundo.
Nessa jornada comprovamos o poder transformador da generosidade, manifestada através de pessoas reais, histórias de inspiração e desafios superados com leveza e simplicidade. Entre tudo isso, mulheres de força e de fé. E é sobre elas que vamos falar por aqui, com base no programa Mulheres pelo Mundo – Empoderamento Feminino e Transformação Social, do Think Twice Brasil.
O programa foi criado com o intuito de promover diálogos sobre os desafios e as conquistas da equidade de gênero a partir da história de mulheres reais, que conhecemos ao longo de nossa viagem, e seus respectivos contextos socioculturais. Esses diálogos podem ser promovidos em empresas ou escolas particulares que, ao contratarem o programa, doam o mesmo encontro para uma escola pública ou organização social.
Com este projeto, queremos criar uma rede de mulheres empoderadas e homens conscientes da importância de nos levantarmos e agirmos efetivamente contra todas as formas de abusos e injustiças.
Em Mulheres pelo Mundo vamos não só discutir equidade de gênero, mas também os diferentes desafios e os infinitos papeis da mulher – e do homem – na sociedade. E sob a luz de histórias e personagens reais, propomos a reflexão, a busca e o diálogo por mais respeito e igualdade.
Este será um espaço livre e aberto para se aprofundar e enxergar as mulheres sob uma nova perspectiva. Aquela que nos torna capazes de identificar mais pontos comuns do que podemos imaginar.
Não importa em qual parte do mundo a gente esteja.
A foto que abre este primeiro post foi feita pelo Fe no vilarejo Chriedzi, no interior do Zimbábue. A garota sorridente com quem converso é Tariro. Ela mexeu muito com a gente porque era, assim, sempre alegre, apesar da dura realidade de sua tribo. Com total convicção e segurança, nos disse que já estava lutando para que seu futuro – e o de outras meninas – fosse diferente do que o imposto pelos costumes locais.
Abaixo, eu e Fe na Bareffot College, ONG bastante conhecida na Índia, que trabalha só com mulheres.