Os mistérios das cavernas no 1º. Concurso Internacional de Fotografia. Inscrições até 30/3

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Cavernas
são lugares misteriosos, que fascinam todos que por elas passam e revelam muito do que sabemos sobre a evolução da espécie humana. Serviram de abrigos para o homem primitivo e, até hoje, têm essa função para os aventureiros. Também abrigaram rituais, celebrações e também os mortos. E guardam resquícios e registros da dinâmica da vida desses tempos remotos: arte rupestre, ossos, artefatos e restos diversos.

Quem nunca se aventurou por esses espaços subterrâneos, pode se deliciar com sua geografia, iluminação, fauna e outras características por meio da fotografia. Há fotógrafos especializados nessa arte e absolutamente apaixonados por elas como o fotógrafo Adriano Gambarinique também é geólogo especializado em espeleologia e colaborador do Conexão Planeta no blog coletivo Por Trás das Câmeras – que não está sozinho nesse sentimento. Por outro lado, por conta do desenvolvimento econômico – a qualquer custo – sabemos que muitas delas estão ameaçadas e algumas já desapareceram.

Neste cenário, a fotografia é um poderoso instrumento para o registro histórico e a conservação das cavernas pelo mundo. Foi por acreditar nisso que o Grupo Pierre Martin de Espeleologia (GPME), uma das instituições especializadas mais tradicionais do Brasil (fundada em 1987), resolveu realizar um sonho e lançar o 1º. Concurso Internacional de Fotografia de Cavernas no final de 2015.

Gambarini é coordenador do júri – composto por ele e três colaboradores do GPME: Alex Valdarnini, Bruno Lenhare e Fabio Bustamante – e também responsável técnico.

Se você é fotógrafo ou amante de fotografia – e tem mais de 18 anos – não pode deixar de participar. As inscrições vão até 30/3 e podem ser feitas pelo formulário no site do GPME. Os interessados deverão enviar dez imagens, no máximo, realizadas a partir de 1/1/2014. Todas as orientações sobre inscrição, formato e tamanho das imagens, entre outras, estão indicadas no site.

São nove categorias:
Regiões Cársticas: entradas de cavernas, regiões com cavernas, lapiás, exceto vilarejos;
Espeleotemas: formações em geral como flores, pérolas, cortinas, colunas, estalactites, estalagmites etc;
Fauna Subterrânea: espécies troglóbias (pequenos animais adaptados ao ambiente das cavernas), troglófilas (animais que se abrigam nas cavernas, mas não vivem nelas) e trogloxenas (animais de superfície, que também se aproveitam do ambiente das cavernas como morcegos, corujas, répteis) fotografadas no ambiente subterrâneo;
Macrofotografia: animais, insetos, plantas e características geológicas que estejam relacionados com cavernas. O objeto fotografado deve ser pequeno;
Salões no Brasil: interior de salões dentro de cavernas no país;
Salões no mundo: Interior de salões dentro de cavernas no exterior;
Radical (atividades esportivas): atividades de técnicas verticais, dentro ou na boca da caverna, espeleomergulho e outras atividades de exploração;
Técnico-científica: atividades de pesquisa, coleta e mapeamento em cavernas;
Hiperrealista: fotografias manipuladas para fins artísticos, aplicando efeitos especiais digitais e / ou tradicionais: coloração, tonificação, colagem, recorte, HDR etc.

Os finalistas serão anunciados pelo site até 20/4 e deverão apresentar os arquivos das imagens inscritas em alta resolução ou negativo, cópia ou slide original.

Já os 11 ganhadores do concurso serão divulgados até 30/4. O júri escolherá um vencedor de cada categoria e um vencedor do Grande Prêmio. Além destes, o público ainda elegerá seu preferido.

Todos serão notificados também pela GPME por meio dos dados indicados na ficha de inscrição. Quem não responder em cinco dias úteis, pode ser desqualificado e substituído.

Entre os prêmios oferecidos pelo concurso estão acessórios como mochilas, cintos de espeleologia, sacos de dormir de 16 litros, pochetes e livros de fotografia. Quem vencer o Grande Prêmio indicado pelo júri, ganha um kit completo.

Uma declaração de amor às cavernas

O fascínio de Adriano Gambarini pelas cavernas vem desde a época em que estudava Geologia na universidade, em 1987. A especialização em espeleologia veio muito antes de se tornar fotógrafo profissional. Quando isto aconteceu, ele já circulava por esses espaços subterrâneos gigantescos com total intimidade e, então, passou a homenageá-los nas páginas das revistas e sites para os quais fotografava. Além de se tornar ativista em prol de sua conservação.

livro-cavernas-do-brasil-adriano-gambariniEm 2012, cerca de 21 anos depois do início dessa paixão, o fotógrafo lançou livro com mais de 160 imagens de mais de 50 cavernas espalhadas por vários estados brasileiros, além de mapas, desenhos e informações científicas: Cavernas no Brasil – Beleza e Humanidade. Com certeza, uma referência bibliográfica importante para quem quer entender esse universo, seja estudante ou simplesmente curioso.

Na obra, o autor não está sozinho: homenageia amigos e pesquisadores que o acompanharam em todas as expedições que realizou por cavernas e que colaboraram para o resultado maravilhoso desse trabalho fotográfico.

Recentemente, no blog Por Trás das Câmeras – que divide com mais cinco fotógrafos renomados aqui no Conexão Planeta -, Gambarini escreveu sobre As Cavernas e o Tempo. Nesse texto, ele fala da importância de conhecer bem o tema para fazer registros tão precisos, do tempo entre as rochas e da companhia preciosa dos pesquisadores. “Seria hipocrisia não dizer que dependo dos espeleólogos que me acompanham. Eu preciso deles e sempre agradeço sua ajuda e amizade; só assim é possível ir além da exaustão de algumas situações”.

Explorar e fotografar cavernas não é para quem gosta da solidão, mas para quem sabe viver junto, compartilhar.

Foto: GPME

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Mônica Nunes

Jornalista com experiência em revistas e internet, escreveu sobre moda, luxo, saúde, educação financeira e sustentabilidade. Trabalhou durante 14 anos na Editora Abril. Foi editora na revista Claudia, no site feminino Paralela, e colaborou com Você S.A. e Capricho. Por oito anos, dirigiu o premiado site Planeta Sustentável, da mesma editora, considerado pela United Nations Foundation como o maior portal no tema. Integrou a Rede de Mulheres Líderes em Sustentabilidade e, em 2015, participou da conferência TEDxSãoPaulo.