Nobel da Paz, Malala se forma com notas máximas na Inglaterra

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Malala Yousafzai poderia ser como qualquer outra garota paquistanesa. A única diferença é que ela era apaixonada pelos livros. Adorava estudar e não perdia um aula. Certo dia, entretanto, o grupo extremista Talibã invadiu sua cidade e proibiu que as meninas frequentassem a escola. Malala, com apenas 12 anos, levou sua voz para o mundo e contou o que acontecia no Paquistão. Rapidamente, a garota de olhar reservado e sempre vestindo véu, se tornou a mais forte ativista internacional pelos direitos de meninas receberem educação.

Por sua batalha, Malala quase perdeu a vida. Numa emboscada, terroristas do Talibã tentaram matá-la. Mas ela sobreviveu, afinal, Malala Yousafzai não desiste facilmente perante qualquer desafio. E ela ainda tinha muito o que fazer. Na Inglaterra, onde se recuperou, a menina hoje vive no exílio. Não pode mais voltar ao seu país natal. Lá, ela e sua família, estão ameaçados de morte.

No ano passado, a jovem ativista recebeu o Prêmio Nobel da Paz, juntamente com o indiano Kailash Satyarthi, que trabalha para acabar com o trabalho infantil. Malala já fez discursos nas Nações Unidas, conversou com presidentes e primeiros-ministros. Mas nunca deixou de lado seus livros. E o estudo. Recusou palestras e entrevistas para se dedicar ao Edgbaston High School, uma escola de meninas, em Birmingham.

Esta semana, Ziauddin Yousafzai, pai de Malala – ele também um ativista pela educação – postou com muito orgulho no Twitter as notas da filha, que acaba de concluir o ensino médio: a garota tirou notas máximas em todas as matérias. Em quatro delas, ainda recebeu menção especial. Conseguiu “A” inclusive em Inglês e Literatura, mesmo sendo sua segunda língua. O pai escreveu ainda em sua mensagem #education for every child.

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O novo capítulo na história de Malala coincide exatamente com o início da Semana Nacional da Educação Infantil no Brasil. Apesar de nosso país felizmente viver uma realidade muito diferente daquela de muitas nações onde o acesso à educação ainda é limitado, sabemos que milhares de crianças brasileiras ainda deixam de frequentar a escola por problemas econômicos ou sociais.

A jovem paquistanesa, hoje com 18 anos, mostra a importância que a educação tem na vida das pessoas. “Meu sonho é o empoderamento através da educação. Esta é mais forte arma que podemos ter”, disse ela ao jornal britânico The Guardian.

Foto: United Nations Photo

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Suzana Camargo

Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.