Na Antártica, vídeo mostra flagrante de raro pepino-do-mar, conhecido como “monstro da galinha sem cabeça”


Vídeo mostra flagrante de raro pepino-do-mar, conhecido como “monstro da galinha sem cabeça”, na Antártica

A natureza está repleta de espécies pouquíssimo conhecidas pelo ser humano. E muitas delas são impressionantes. É o caso deste raro pepino-do-mar (Enypniastes eximia), que só havia sido filmado antes no Golfo do México e agora, foi flagrado em águas antárticas.

Com um corpo completamente transparente, que pode medir entre 6 e 20 cm de comprimento, a espécie tem uma constituição física perfeita para nadar, diferentemente de outros pepinos-do-mar que passam grande parte do tempo parados.

É isso que o vídeo feito por pesquisadores australianos mostra. Os movimentos harmônicos dentro da água e a beleza dessa criatura tão incomum. O registro foi realizado com uma câmera de última geração, com uma tecnologia que permite a gravação de vídeos em ambientes extremamente escuros e profundos, onde a pressão é muito grande.

Segundo os cientistas, a cor do Enypniastes eximia pode variar entre indivíduos. Acredita-se que a mudança se deva à idade, tendo os mais jovens um tom cor-de-rosa e os mais velhos um marrom mais escuro.

Assim como outros animais que vivem no fundo dos oceanos, o pepino-do-mar tem a capacidade de ser bioluminescente, ou seja, brilhar. Muitas vezes, ela é usada para evitar ou atrair predadores e presas. Sua forma “estranha” o fez ganhar o apelido de “monstro da galinha sem cabeça”.

O flagrante da espécie rara é visto pelos australianos como mais uma razão para enfatizar a necessidade da criação de um Santuário no Oceano Antártico. Governantes de vários países estão reunidos, esta semana, em encontro da Comissão do Oceano Antártico, em Hobar, na Austrália, para decidir sobre a proposta. Essa pode ser a maior área protegida do planeta, com quase 2 milhões de quilômetros quadrados.

O santuário seria criado na área chamada Mar de Weddell, que é habitat de baleias, pinguins, focas e incontáveis seres, alguns dos quais ainda sabemos muito pouco, assim como o Enypniastes eximia.

Nessa reserva de proteção, a pesca industrial e as atividades humanas seriam restritas, evitando boa parte dos impactos ambientais que vemos hoje na Antártica.

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*Com informações do site Extreme Marine 

Foto: reprodução vídeo

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Suzana Camargo

Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.