Museu do Amanhã ganha prêmio internacional de “Construção Verde Inovadora”

A edificação grandiosa, criada pelo renomado arquiteto catalão Santiago Calatrava, bem no centro revitalizado do Rio de Janeiro, foi a grande vencedora do prêmio internacional MIPIM 2017, na categoria “Construção Verde Mais Inovadora”. O Museu do Amanhã concorreu com outras três obras estrangeiras, a sede da Siemens, em Munique; o edifício residencial 119 Ebury Street, em Londres; e a fábrica da Värtan Bioenergy, em Estocolmo.

Inaugurado em dezembro de 2015, depois de cinco anos de construção, o museu de ciências do Rio foi um presente aos cariocas e aos turistas que visitam a cidade e foi um dos pontos altos da recuperação da zona portuária da cidade, que ficou completamente abandonada por décadas, para os Jogos Olímpicos de 2016.

O prêmio foi um reconhecimento pela preocupação ambiental na concepção da obra. Entre os diferenciais citados pelo júri, reunido em Cannes, na França, estão a tecnologia empregada na captação da energia solar e o uso das águas geladas do fundo da Baía de Guanabara no sistema de ar condicionado.

“Arquitetura e conteúdo, localização no espaço urbano e integração com meio ambiente, tudo neste museu converge para um despertar de consciência sobre como as escolhas feitas hoje, por cada um de nós, impactam num amanhã comum”, destacou José Roberto Marinho, presidente da Fundação Roberto Marinho, instituição responsável pela concepção do Museu do Amanhã.

Em 2016, as diretrizes sustentáveis do Museu do Amanhã também foram reconhecidas com o selo Ouro da certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design ou Liderança em Energia e Projeto Ambiental, em português), concedida pelo Green Building Council – principal instituição americana na chancela de edificações verdes. O Museu do Amanhã foi o primeiro museu do país a obter este reconhecimento no segundo mais alto nível de classificação, dos quatro possíveis: certificado, prata, ouro e platina.

Ainda no ano passado, o museu carioca ganhou o título de “Melhor Novo Museu do Ano”, no britânico Leading Culture Destinations Awards e conquistou a medalha de ouro e duas de bronze no International Design & Communication Awards, no Canadá.

Um passeio pelo tempo

Desde que foi inaugurado, o Museu do Amanhã virou uma atração disputadíssima no centro do Rio. Nas férias, finais de semana e feriados, há longas filas em sua entrada.

E é fácil descobrir a razão de tanto sucesso. O museu de ciências convida o visitante a fazer uma viagem ao passado, presente e futuro do planeta nos próximos 50 anos. Quer estimular as pessoas a refletir e questionar nosso comportamento no mundo atual – desde seu projeto arquitetônico até suas exposições e instalações internas pulsam com o tema sustentabilidade. Segundo os idealizadores do projeto, ele oferece perguntas, não respostas.

Santiago Calatrava se inspirou no formato das bromélias do Jardim Botânico, plantas típicas de regiões tropicais como o Brasil, para desenhar a fachada do edifício.  A cobertura móvel, onde foram instaladas 5.492 placas fotovoltaicas para captar energia solar, se move ao longo do dia, simulando o movimento de asas, para acompanhar o movimento do sol e assim, garantir a iluminação natural ao interior.

No seu entorno, mudas de espécies nativas da região costeira do Rio de Janeiro foram plantadas no jardim que circunda o prédio, em uma área de 5.500 m2.

A água captada da Baía de Guanabara abastece, além do sistema de refrigeração, os espelhos d’água externos. Depois  de passar por um processo de purificação, ela é devolvida ao mar. Estima-se que o sistema gere uma economia de 9,6 milhões de água por ano.

Com uma linguagem extremamente moderna, unindo arte com instalações audiovisuais e jogos interativos, o museu se divide em cinco grandes áreas: Cosmos, Terra, Antropoceno, Amanhãs e Nós. Um dos destaques, logo na entrada, é um domo de 360º – o Portal Cósmico. Nele, o visitante assiste a um filme de oito minutos, em que faz uma viagem em 4D pelas galáxias, mergulhando no mundo subatômico das partículas e observa o coração do Sol, a formação da Terra, o surgimento da vida e a constituição do pensamento.

Museu do Amanhã
Horário: 
terça a domingo, das 10h às 18h
Local: 
Praça Mauá, 1 – Centro – Rio de Janeiro
Maiores informações na página do Museu do Amanhã

Fotos: divulgação Museu do Amanhã

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Suzana Camargo

Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.