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Mais velha albatroz do mundo vai ser mãe, novamente, aos 68 anos


Mais velha albatroz do mundo vai ser mãe novamente aos 68 anos

A natureza nos surpreende todos os dias, através, dentre outras coisas, de sua resiliência. Assim como outros animais, aves marinhas enfrentam a pesca industrial, o lixo nos oceanos, o desmatamento na terra e a invasão de espécies exóticas, além claro, das mudanças climáticas.

Mesmo assim, elas continuam fortes, sobrevivendo a todos esses percalços. Exemplo disso é Wisdom, uma albatroz da espécie Laysan (Phoebastria immutabilis), que não poderia ter um nome mais perfeito: Sabedoria. A ave, considerada a mais velha da Terra, há quase sete décadas volta ao seu lar no Atol de Midway, uma reserva de proteção marinha, no Oceano Pacífico.

Os biólogos do U.S. Fish & Wildlife Service, departamento americano responsável pela vida marinha, acreditam que Wisdom já criou 36 filhotes ao longo de sua vida.

E agora, mais uma vez, ela será mãe. Geralmente aves desta espécie não costumam se reproduzir todos os anos, isto porque, como passam a maior parte de sua vida voando (quase 90% dela), precisam investir tempo e energia trocando suas penas para ganhar força, explicam os biólogos da reserva de proteção.

Em 2016, Wisdom já havia ganhado as manchetes internacionais – e uma outra matéria aqui no Conexão Planeta – quando teve um lindo filhotinho.

Kūkini, a fihote de Wisdom, que nasceu em 2015

A famosa albatroz  foi vista pela primeira vez em 1956 pelo biólogo Chandler Robbins e desde então, passou a ser acompanhada pela equipe de cientistas americanos, que colocou um anel de monitoramento em sua pata. Nas últimas seis décadas, ano a ano, no início do inverno, Wisdom volta ao atol, lugar onde nasceu, juntamente com seu companheiro Akeakamai.

Durante muito tempo, foi o próprio Robbins que reconheceu a albatroz… Até 2017, quando ele faleceu aos 99 anos.

Wisdom e seu companheiro, na reserva de proteção marinha no Oceano Pacífico

Para chocar o novo filhote, Wisdom tem a ajuda de seu companheiro Akeakamai, assim ela pode voltar ao mar para recuperar as forças depois de ter colocado o ovo. Ele ficará cuidando do ninho por aproximadamente três semanas, e após o nascimento, os dois se revezarão para alimentar a pequena ave.

História de sucesso

Na reserva nacional de vida selvagem do Atol de Midway, que fica situada dentro do Monumento Nacional Marinho de Papahānaumokuākea, no Havaí, está a maior colônia de albatrozes do mundo, habitat de cerca de 70% das aves da espécie de Laysan e quase 40% da Phoebastria nigripes, conhecido como albatroz-de-pés-negros ou albatroz-patinegro.

Eles chegam na região em meados de outubro e por volta de novembro, são milhares na ilha. Em dezembro de 2015, os voluntários do centro de pesquisa contaram 470 mil ninhos das aves no local. Como cada ninho representa duas aves – fêmea e macho -, isso significa que a população na época era de 940 mil indivíduos.

O sucesso do reconhecimento e monitoramento de aves como Wisdom se deve ao material que está sendo usado para confeccionar os anéis de idenficação. No passado, eles eram feitos com alumínio, que acaba sendo corroído pela maresia e água do mar. Agora é utilizado plástico, que dura anos.

“É simplesmente impressionante que não somente Wisdom retorna há seis décadas, como a ave reprodutora mais antiga, livre na natureza, mas também como biólogos, aqui em Midway, conseguem manter este monitoramento ao longo de tantos anos”, afirma Charlie Pelizza, pesquisadora chefe do U.S. Fish and Wildlife Service.


Wisdom, chocando seu 37o filhote

Fotos: divulgação U.S. Fish and Wildlife Service

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