Milhares de litros de óleo vazaram de um duto da Transpetro, em Magé, no Rio de Janeiro, no último sábado, 8/12, provocando talvez o pior derramamento de óleo na Baía da Guanabara, pois aconteceu numa área de mangue e se espalhou muito rápido.
Segundo especialistas que sobrevoaram a região, como Mauricio Muniz, chefe da Área de Proteção Ambiental (APA) de Guapi-Mirim (que falou ao site Colabora), o óleo se misturou ao lixo na foz do Rio Estrela e seguiu para Paquetá. Já se espalhou por 40 quilômetros
Para ele, este é o mais grave acidente que já presenciou em dez anos, mas não esqueçamos do que aconteceu há quase dezenove anos – em 18 de janeiro de 2000 -, quando 1,3 milhão de litros espalharam por 40 quilômetros quadrados, contaminando grande parte do mangue na região.
Não deu nem tempo de a Baía da Guanabara se recuperar daquela tragédia e agora suas águas são inundadas novamente por óleo, que ainda não se sabe se é diesel ou bruto. De acordo com investigações, o vazamento foi consequência de uma tentativa de furto de combustível que, parece, é uma prática recorrente por ali.
A tragédia era, de certa forma, anunciada, ja que o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), em dois anos, recebeu cerca de seis denúncias de vazamentos – com danos ambientais, claro! – provocados por quadrilhas especializadas. E essa ação criminosa tem se intensificado nos últimos anos.
Para ter informações mais precisas sobre o impacto ambiental desse acidente, equipes da APA de Guapi-Mirim ainda farão vistorias na área de manguezal.
Mesmo com tantos impactos agressivos, provocados por esses vazamentos, a Baía da Guanabara e arredores ainda guardam muita beleza. Foi o que o cineasta Ricardo Gomes mostrou, com seu documentário. Baia Urbana (realizado depois dos Jogos Olímpicos, em 2016), que ainda há muita vida por ali. E vida exuberante.
Por isso, tomara que o resultado desta investigação não seja o mesmo da tragédia de 2000: os envolvidos foram inocentados dez anos depois.
Abaixo, reproduzo dois vídeos realizados por Mario Mosctelli, do Projeto Olho Verde, em parceria com o Instituto Manguezais (e publicados no Facebook) nos quais dá pra ver bem a mancha de óleo no Rio Estrela. Segundo o especialista, o vazamento de sábado afetou “os manguezais e sua fauna, justamente no período de reprodução de caranguejos e da chegada de aves migratórias“.
Foto: ICMBio
Fontes: Colabora, Estadão