Seguindo a tendência mundial de humanizar as cidades, a capital da Espanha remodelará sua principal Avenida, a Gran Via. O projeto foi apresentado na semana passada (25/5) pela prefeita Manuela Carmena e nitidamente privilegia pedestres e ciclistas. Como é desejável em qualquer cidade que se importa, de verdade, com as pessoas, os carros particulares perderão espaço.
Assim, serão criadas faixas exclusivas para bicicletas – a ideia é que esse transporte se integre com o restante do tráfego – e as calçadas serão ampliadas para que os pedestres circulem e as ocupem com mais facilidade. Elas também receberão árvores e seis praças serão reformadas no entorno.
Parte da avenida, terá quatro faixas: duas para transporte público e as outras duas para ciclofaixas, nas quais as bicicletas compartilham o espaço com os carros (que não podem passar de 30km por hora). Somente na subida, os ciclistas contarão com uma faixa exclusiva, por conta da inclinação da rua, e a avenida terá cinco pistas.
Para incentivar os ciclistas a adotar a avenida nessa condição, a prefeitura promete se empenhar num plano de pacificação do trânsito, exigida pelas associações de ciclistas da cidade. Por esse motivo, também, a avenida ficará restrita aos moradores da cidade.
De acordo com a prefeitura, as obras devem durar cerca de oito meses, o que significa que em janeiro de 2018 os madrilenhos poderão experimentar o novo sistema.
Agora, veja como é a Gran Via, hoje e compare-a com o projeto apresentado na foto que abre este post. Onde você gostaria de viver?
Me lembra o projeto de cidade que o ex-prefeito Fernando Haddad havia definido para a capital paulista e que o novo prefeito ignorou, antes mesmo de assumir o cargo. Essas iniciativas só me deixam com saudades do governo anterior, mesmo com a falta de uma política ambiental, que marcou essa administração.
Imagens: Divulgação/Prefeitura de Madri
Prezada Mônica, o ex-prefeito de quem você sente tanta saudade deixou a nossa cidade (não sei se você mora em SP) ao abandono! Suja, com todas as ruas esburacadas, mal iluminada, com obras atrasadas e as tais ciclovias pelas quais ele tinha verdadeira obsessão (como se fossem prioritárias numa cidade com tantos problemas) “jogadas” sem nenhum planejamento, obstruindo faixas de trânsito de carros e cruzamentos, sem contar a péssima qualidade do material empregado e a ausência total de manutenção. Saudades de que, Mônica?
Olá Nicole! Obrigada por escrever e nos acompanhar.
Moro em São Paulo, sim. Não escreveria sobre o que não conheço. E, ao contrário de vc, nunca vi esta cidade suja e imunda na época do Haddad, como tenho visto este ano.
Circulo muito a pé pela cidade – caminho e corro! – e, por consequência, ando por bairros diferentes (todos de classe média, é importante salientar, como antes). A pé a gente enxerga melhor a realidade. E, por isso, digo que tenho saudades da administração anterior. Falo por experiência própria.
Eu vi e vivi a cidade mais limpa. Eu vi e vivi a cidade mais humana, mais cheia de gente nas ruas (de bike, a pé, no transporte público), curtindo os espaços públicos, as iniciativas públicas… Eu vi e vivi a cidade com menos carros circulando em alguns horários e dias. Eu vi e vivi a cidade mais gentil (um exemplo: os carros realmente paravam nas faixas de pedestre para os pedestres passarem). Vi e vivi a cidade mais colorida. Eu vi e vivi a cidade mais feliz.
Curti a cidade na época do Haddad. E tento curtir agora. Experimentei estas duas administrações, então, falo com propriedade.
O que vc conta sobre a sujeira, por exemplo, é o que vejo agora. A cidade imunda, mal cheirosa, abandonada. Cinza em todos os sentidos, como quer o prefeito atual.
E dizer que o fato de ter saudades do Haddad não quer dizer que ele era perfeito, que não tinha falhas em sua administração. As ciclovias eram perfeitas? Algumas, não. Havia muito o que melhorar. E eu sempre tive sérias críticas ao seu governo, principalmente na questão ambiental, como escrevi no meu texto. Acredito até que eu era uma das pessoas mais chatas a comentar em sua página no Facebook. Mas não tenho dúvida de que, na sua época, havia mais espaço para a humanidade, a gentileza. Nossa cidade estava caminhando na direção de uma cidade para as pessoas.
Lamento apenas não ter participado mais, com críticas e sugestões. Tinha me comprometido comigo mesma que faria isso assim que se iniciasse seu segundo mandato. Infelizmente não foi possível e, com este governo, não há qualquer condição de atuar como gostaria. Mas não deixarei de criticar quem na administração estiver. No caso deste prefeito, a desumanidade é uma de suas marcas registradas como tem demonstrado, então não me calarei. Não posso respeitar e apoiar alguém que lida sem justiça, que não respeita os direitos humanos. E ainda está destruindo a cidade onde vivo.
Termino esta resposta já esclarecendo que não sou petista, nem fã ardorosa e cega do Haddad. Nunca fui. Mas confirmo, sim, a falta que sinto dele na prefeitura de São Paulo. Aliás, não é saudade, não! É muuuuuita saudade.
Grande abraço
Parabéns pelo artigo Mônica!
Vou divulgar aqui em BH, através do caminhada.org.
Quem sabe assim, através de divulgação em rede, nossos administradores se conscientizem da importância de também humanizar as grandes cidades brasileiras?
José, que bom que gostou!
Obrigada por escrever. Boas histórias e boas iniciativas é pra espalhar, mesmo. São inspirações.
Gostei do seu blog e do seu nome. :-) Vou acompanhar. Adoro caminhar pela cidade todos os dias.
Não tem dia em que não coloco o tênis e saio por aí, ou até o parque para fazer um circuito.
Tem dia em que ando 5 km, noutros, 15.
Mudei minha vida quando comecei a caminhar (veloz) e correr um pouquinho.
Sou outra pessoa: mais saudável, mais feliz, mais animada, mais energética.
Por isso incentivo todo mundo que começa a andar a não abandonar nunca esse hábito delicioso.
Vá em frente, inspirando outras pessoas também.
Grande abraço