Para acelerar a transição da economia mundial baseada 100% em energia renovável e manter petróleo, carvão e gás no subsolo – de onde jamais deveriam ter saído! – a ONG 350.org lidera o movimento global Liberte-se dos combustíveis fósseis – ou Break Free! – neste mês de maio.
A ideia é mobilizar milhões de pessoas pelo mundo – Brasil, Estados Unidos, Canadá, Espanha, Alemanha, Indonésia, Filipinas e Nigéria – para pressionar a indústria do hidrocarboneto e governos locais por um futuro “sustentável, renovável e com água limpa”. Do contrário, não conseguirmos cumprir o Acordo de Paris – já que a temperatura média do planeta ultrapassará os 2 graus – e a humanidade estará irremediavelmente condenada.
No Brasil, com o apoio de entidades parceiras como a Coesus – Coalização Não Fracking Brasil e pela Sustentabilidade, serão realizadas ações, de hoje (4) a 14/5, em quatro estados junto a comunidades tradicionais, com o apoio de voluntários: Acre (Vale do Juruá), Ceará (Usina Termelétrica Pecém), Espírito Santo (Estaleiro Jurong Aracruz) e Paraná (Londrina e Maringá).
Mas o importante é que as manifestações não se concentrem nessas localidades, mas se espalhem por inúmeras cidades para conscientizar os brasileiros sobre a gravidade dessa prática. “É importante que todos participem de ações que desestabilizem o poder da indústria, tendo como alvo os projetos ligados aos combustíveis fósseis mais perigosos e desnecessários ao planeta, apoiando as soluções climáticas mais perigosas”, diz Nicole Oliveira, diretora da ONG 350.org. “Cada um é peça fundamental neste processo ”.
Nas redes sociais, a hashtag que reúne as mobilizações pelo mundo é #BreakFree2016.
Fracionamento Hidráulico
Em 26/4, durante reunião da ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica, entidades ambientalistas que participam do movimento Liberte-se protestaram contra projetos de exploração de gás não convencional, leiloados em 2013 pela ANP – Agência Nacional do Petróleo e que atingem 372 cidades brasileiras, em quase 40% da área ocupada por aquíferos no Brasil, impactando 53 milhões de pessoas.
Essas organizações obtiveram junto à Justiça liminares que proíbem a exploração e a produção de shale gás em 7 dos 15 estados onde estão localizados blocos oferecidos pela ANP. Seu ativismo visa obter liminares para proteger os demais estados.
A tecnologia utilizada para essa exploração é baseada no fracionamento da rocha ou fracking e causa enormes impactos ambientais, contaminando o lençol freático e, por consequência, o solo e a água.
Na próxima sexta, 6/5, está marcado novo leilão de usinas térmicas a carvão e a gás que poderão aumentar as emissões de carbono no país em 3%. Os ativistas estão mobilizados para reivindicar a retirada dessas usinas das ofertas.
Imagens: drpepperscott/Pixabay e Divulgação