Lego anuncia produção de peças com bioplástico feito de cana-de-açúcar do Brasil

Lego anuncia produção de peças com bioplástico feito de cana-de-açúcar do Brasil

São aproximadamente 60 bilhões de peças produzidas por ano. A marca da gigante dinamarquesa Lego se tornou sinônimo de blocos de montar. Está na mão de milhões de crianças do mundo todo. Mas justamente por lidar com o universo infantil, a empresa percebeu que precisava dar exemplo e fazer sua parte para ser mais verde e sustentável, já que o plástico é um dos principais vilões da poluição em mares e oceanos (estudo mostrou que até 2050, quase todas as aves marinhas terão plástico em seus organismos).

Em 2015, a Lego anunciou, como mostramos aqui, que até 2030, usará somente materiais sustentáveis para produzir seus produtos e embalagens.

E hoje, a marca divulgou o primeiro grande lançamento neste setor. Uma série de peças – como folhas, árvores e folhas -, feitas com bioplástico, produzido com etanol, fabricado a partir de cana-de-açúcar do Brasil.

Peças com bioplástico estarão à venda ainda em 2018

De acordo com a empresa, o novo material é tão resistente, durável e resistente como as peças vendidas até hoje.

A Lego fez uma parceria com a organização WWF para viabilizar a fabricação do bioplástico de maneira sustentável. Além disso, a empresa dinamarquesa se filiou à Bioplastic Feedstock Alliance (BFA).

A cana-de-açúcar utilizada pela marca é certificada com o selo Bonsucro, responsável por garantir a procedência e o comércio justo envolvido na cadeia de produção.

“É essencial que empresas, em todos os segmentos da indústria, sejam responsáveis pela produção de suas matérias-primas e ajudem a garantir um futuro em que as pessoas, a natureza e a economia prosperem”, destacou Alix Grabowski, executivo do WWF.

Além do desenvolvimento de pesquisas para a produção de matérias-primas menos prejudiciais ao meio ambiente, a Lego também tem investido em energias renováveis, como a entrada em operação da fazenda de energia eólica de Borkum Riffgrund 1, na costa ao norte da Alemanha. Com o custo de EUR 400 milhões, foram instaladas 78 turbinas no mar.

Em 2014, a Lego ficou com sua imagem abalada depois que o Greenpeace vinculou a empresa à denúncias de perfuração de petróleo feita pela Shell no Ártico (leia mais sobre o assunto neste outro post). Em um vídeo produzido pelo movimento ambientalista, os bonequinhos dos famosos blocos de montar apareciam em meio a ursos polares e vazamento de óleo no Ártico.

Como resposta à pressão do Greenpeace e a grande repercussão que o vídeo teve nas redes sociais (só no Youtube foram mais de 7 milhões de visualizações), a Lego rompeu contrato que tinha com a Shell, pelo qual os brinquedos eram vendidos nos postos de combustíveis.

 

Fotos: reprodução vídeo e divulgação Lego

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Suzana Camargo

Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.