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Jogos Olímpicos do Rio terão participação inédita de Equipe de Atletas Refugiados


Yusra Mardini tem apenas 17 anos, mas já conhece como poucos o horror da guerra. Nascida em Damasco, na Síria, ela nadou da Turquia para a ilha grega de Lesvos – uma distância aproximada de 1 mil km – para fugir de seu país. Hoje a jovem exilada vive na Alemanha. Lá ela conseguiu continuar a fazer o que mais gosta: nadar! É ela que aparece, treinando, na foto abaixo.

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Yusra Mardini nadou da Turquia para a Grécia para buscar exílio na Europa

Ao lado de nove outros atletas internacionais, Yusra fará parte da primeira Equipe de Atletas Refugiados da história dos Jogos Olímpicos. Vindos de quatro países diferentes, todos deixaram para trás suas pátrias devido a conflitos e perseguição.

A participação do time de refugiados foi anunciada na semana passada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). “A iniciativa de montar um time de refugiados para os Jogos Olímpicos manda uma forte mensagem de apoio e esperança para os refugiados em todo o mundo”, destacou a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR). “Esta iniciativa chega no momento em que, mais do que nunca, milhares de pessoas têm sido forçadas a deixar suas casas por motivos de conflitos armados, violação de direitos humanos ou perseguição”.

A equipe que estará no Rio de Janeiro, logo mais em agosto, será composta por dois nadadores sírios, dois judocas da República Democrática do Congo e seis corredores – um da Etiópia e cinco do Sudão do Sul. Eles encontraram refúgio na Alemanha, Brasil, Bélgica, Luxemburgo e Quênia. Os dois judocas Popole Misenga e Yolande Mabika moram no Rio.

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“Se é possível participar dos Jogos Olímpicos, é possível fazer qualquer coisa”, diz Yonas Kinde,
refugiado da Etiópica, que vive em Luxemburgo

Os atletas refugiados competirão em nome do COI e usarão como símbolo a bandeira olímpica. Um dos momentos mais emocionantes, certamente, será quando, na cerimônia de abertura dos Jogos do Rio 2016, em 5/8, a equipe desfilar logo à frente da delegação brasileira, que sendo a anfitriã do evento, viria em primeiro lugar.

“Estamos muito satisfeitos com a Equipe Olímpica de Atletas Refugiados. São pessoas que tiveram suas carreiras esportivas interrompidas após serem forçadas a abandonar seus países devido à violência e à perseguição. Agora, estes atletas refugiados de alto nível finalmente terão a chance de seguir seus sonhos”, afirmou o alto comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi.

A presença de refugiados também marcou a condução da Tocha Olímpica pelo país. A estudante síria Hanan Dacka a carregou em Brasília e em 14/07, o guinense Abdoulaye Kaba levará a tocha em Curitiba.

O problema da migração de refugiados pelo mundo ainda está longe de ter uma solução. Ao final de 2014, a população global de exilados, deslocados internos e solicitantes de refúgio, chegou a 59,5 milhões de pessoas.

Equipe de Atletas Refugiados

– Ramis Anis, da Síria (Natação, 100 metros borboleta – masculino); vive na Bélgica;
–  Yiech Pur Biel, do Sudão do Sul (Atletismo, 800 metros – masculino); vive no Quênia;
–  James Nyang Chiengjiek, do Sudão do Sul (Atletismo, 400 metros – masculino); vive no Quênia;
–  Yonas Kinde, da Etiópica (Atletismo, maratona – masculino); vive em Luxemburgo;
–  Anjelina Nada Lohalith, do Sudão do Sul (Atletismo, 1.500 metros – feminino); vive no Quênia;
–  Rose Nathike Lokonyen, do Sudão do Sul (Atletismo, 800 metros – feminino); vive no Quênia;
–  Paulo Amotun Lokoro, do Sudão do Sul (Atletismo, 1.500 metros – masculino); vive no Quênia;
–  Yolande Bukasa Mabika, da República Democrática do Congo (Judô, peso médio – feminino); vive no Brasil;
–  Yusra Mardini, da Síria (Natação, 200 metros livres – feminino); vive na Alemanha;
–  Popole Misenga, da República Democrática do Congo (Judô, peso médio – masculino); vive no Brasil.

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Leia também:
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Refugiados somos todos nós
Como ajudar os refugiados no Brasil e no mundo
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Fotos: divulgação ACNUR

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