Infestação de algas tóxicas está matando vida marinha na Flórida


Infestação de algas tóxicas está matando vida marinha na Flórida

O fenômeno da maré vermelha é algo natural no estado americano da Flórida. Entre o início do outono e o final do inverno, em um período de três a cinco meses, há uma proliferação maior de colônias da alga microscópica Karenia Brevis, de cor avermelhada.

Todavia, os cientistas da Florida Gulf Coast University afirmam que as atividades humanas estão provocando um desequilíbrio ambiental. Algas se alimentam de nitrôgenio e fósforo, que são justamente alguns dos componentes de fertilizantes, utilizados no cultivo de lavouras, sobretudo, a canaviera.

Pois esta indústria joga resíduos destes produtos na água da região de mangues dos Everglades, que desaguam no oceano, e estimulam a reprodução em massa das algas vermelhas. E quando morrem, elas liberam toxinas na água.

O resultado disso é que, desde o outubro de 2017, milhares de animais marinhos estão morrendo contaminados e são levados para as praias da Flórida. Já foram encontradas carcaças de peixes, golfinhos, tartarugas e até, peixes-bois e tubarões.

Mortandade em massa de peixes intoxicados pela alga vermelha

Os cientistas já consideram esta a pior tragédia ocorrida na última década. O governador decladou estado de emergência em sete condados do sudoeste do estado: Hillsborough, Collier, Lee, Charlotte, Sarasota, Manatee e Pinellas. Além disso, liberou recursos para departamentos públicos e entidades de pesquisa estudarem o fenômeno e tentarem achar soluções, assim como aumentar o número de cientistas e biólogos envolvidos na limpeza das praias e resgate de animais.

Regiões mais afetadas pela maré vermelha

A mortandade em masssa não afeta somente a vida marinha e o turismo, mas também a saúde dos moradores locais, que sentem os efeitos do odor das algas no sistema respiratório. Há um alerta ainda sobre o possível risco de consumir peixes e frutos do mar contaminados com a toxina.

Um comunicado da University of Miami recomenda que as pessoas não nadem no mar, não comam peixes e nem respirem o ar próximos aos locais infestados com a alga vermelha.

Outra possibilidade levantada por cientistas da Nasa para a proliferação em massa da Karenia Brevis teria sido o furacão Irma, que teria levado nutrientes do solo próximo à costa para o mar.

*Com informações da CNN Environment 

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Fotos: reprodução vídeo National Geographic (abre) e vídeos CNN

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Suzana Camargo

Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.