Uma das líderes mundiais no segmento de energia solar, a Índia anunciou ontem (30/11), no primeiro dia da Conferência das Nações Unidas pelas Mudanças Climáticas (COP21), em Paris, o lançamento de uma coalizão global pela energia solar.
Durante discurso de seu país na abertura da conferência, o primeiro-ministro indiano Narendra Modi afirmou que a coalizão internacional, liderada pela Índia, já reúne 121 países, situados em áreas ensolaradas do planeta, principalmente em regiões tropicais.
A iniciativa recebeu o nome de International Agency for Solar Technologies and Applications (Iasta). O governo indiano está fazendo um investimento inicial de US$ 30 milhões na organização, que terá sua sede naquele país. A meta é arrecadar outros US$ 400 milhões através de taxas de adesão e agências internacionais. Grandes companhias internacionais já apoiam a coalizão, entre elas, Tata Steel, HSBC France, Engie, Enel e Areva.
“A energia solar está evoluindo. Custos estão baixando e a conexão das redes (grids) está melhorando. O sonho do acesso universal à energia limpa está se tornando mais real. A aliança será o pilar de uma nova economia de um novo século”, disse Narendra Modi, durante coletiva de imprensa. Ainda segundo o primeiro-ministro indiano, o objetivo da coalizão é permitir que milhões de pessoas, que moram em lugares distantes e ainda vivem no escuro, tenham acesso à eletricidade.
A França, país anfitrião da COP21, anunciou sua adesão à Iasta. Para o presidente da França, François Hollande, a aliança mostra o pioneirismo dos países que acreditam no real potencial das energias renováveis. “O que estamos mostrando aqui é uma ilustração de um futuro acordo de Paris, já que esta iniciativa é uma prova do valor do compartilhamento de tecnologia e mobilização de recursos financeiros como exemplo do que queremos fazer no decorrer da conferência sobre o clima”, garantiu.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, também elogiou a criação da coalizão internacional pela energia solar. Ele destacou que a aliança é mais um instrumento que garantirá atingir a meta, estabelecida pelos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, em 2011, de universalizar o acesso à energia sustentável até 2030.
Ainda ontem, um grupo de 19 países, entre eles Estados Unidos, Brasil, Reino Unido, Canadá, China, África do Sul e Índia, comprometeu-se a dobrar os investimentos em pesquisas em energias renováveis nos próximos cinco anos. Juntas, estas nações aplicariam recursos na ordem de US$ 20 bilhões até 2020.
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