Ilha no Havaí desaparece depois de passagem de furacão


Ilha no Havaí desaparece depois de passagem de furacão

Imagens de satélite feitas esta semana revelaram que a East Island, no arquipélago do Havaí, simplesmente sumiu depois da passagem do furacão Walaca, considerado um dos mais agressivos já registrados na história desta região do Pacífico.

Apesar de pequena, cerca de 1 km de comprimento e 120 metros de largura, a ilha que ficou completamente coberta pelo oceano, era um importante ponto de parada para focas-monge, em risco de extinção, e lugar de postura de ovos das tartarugas marinhas verdes, também ameaçadas.

“Quando vi a imagem fiquei chocado. Pensei: “Meu Deus, ela desapareceu!”, comentou Chip Fletcher, cientista do clima da Universidade do Havaí, ao jornal Honolulu Civil Beat. “É mais uma rachadura na parede da rede de diversidade de ecossistemas que está sendo desmantelada.”

Com a ilha debaixo da água, os cientistas não sabem como os animais irão resistir. “As espécies conseguem sobreviver e se adaptar até um certo limite, mas pode chegar um momento em que sua resiliência chegue ao fim”, lamentou Charles Littnan, biólogo da Agência Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês).


East Island antes da passagem do furacão

Ilha no Havaí desaparece depois de passagem de furacão

Como ficou a ilha depois da passagem do furacão

A East Island era a segunda maior de um dos atóis do Monumento Nacional Marinho de Papahānaumokuākea, uma reserva de conservação criada em 2006 e declarada Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco por sua importância ambiental e cultural em 2010.

A extensa área contínua, de 360 mil km2, compreende uma região ao norte do arquipélago do Havaí, onde estão situadas diversas ilhotas, atóis e recifes de corais, que são habitat de mais de 7 mil espécies. Em 2016, o então presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, quadruplicou o tamanho da área protegida, criando assim, o maior parque de proteção marinha do planeta, com 1,5 milhão de km2 (leia mais aqui ).

Especialistas afirmam que com o aumento da temperatura da água do oceano e da superfície terrestre, esses desastres naturais, como secas, tempestades, furacões e tufões, estão se tornando mais frequentes e fortes. Fala-se até que, a categoria das tempestades deverá ser reavaliada e poderemos presenciar um aumento dela. Atualmente o máximo é 5, com potência para destruir uma cidade inteira. Mas cientistas temem que em um futuro muito próximo, tempestades poderão chegar a uma categoria 6.

Estudos apontam que nos dias de hoje há mais 5% ou 8% de vapor de água circulando pela atmosfera do que há uma década. Junte-se a isso a água mais quente do fundo dos oceanos, onde os furacões se formam, a fórmula para uma grande e devastadora tempestade está criada.

Com isso, a exemplo do desaparecimento da ilha no Havaí, outras áreas próximas aos oceanos devem ter o mesmo destino, impactando ainda mais a já frágil sobrevivência da vida selvagem do planeta.

Foto: divulgação US Fish and Wildlife Service

Um comentário em “Ilha no Havaí desaparece depois de passagem de furacão

  • 26 de outubro de 2018 em 10:43 AM
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    Catalismos naturais parecem compatíveis com os desajustes humanos, emoções em conflito, guerras fratricidas, ódios religiosos e políticos, crimes contra a Natureza, aberrações de conduta, corrupção e traição, desvarios e profanações de toda a sorte. Energias humanas desordenadas e destrutivas não conseguem influenciar positivamente as placas tectônicas para que se acomodem sem fricções desequilibradas e sem causar terremotos e destruição. À semelhança de nossa truculência sobre os mais fracos e pobres, ondas gigantes invadem praias pacíficas, com o nome de ambição desmedida e ganância desenfreada, estas tsunamis humanas que pisoteiam animais e pessoas quando seus interesses “sagrados” estão em jogo. No entanto não precisaremos viajar para Marte ou Júpiter, afim de merecermos uma Casa Planetária tranqüila, que nos permita viver sem medo e morrer em paz. Mas necessitamos para isso, com urgência, permitir que todos vivam sem medo e em paz, como os irmãos que devemos ser além dos terráqueos que temos sido porque, à medida em que formos menos piores do que somos, a Terra será muito melhor do que é.

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Suzana Camargo

Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.