Google terá operações do mundo inteiro funcionando com energia 100% renovável

100% renovável é só o começo! Com este título, Urs Hölzle, vice-presidente de Infraestrutura Tecnológica da gigante Google, uma das maiores empresas do planeta, anunciou que a partir de 2017, todas as operações globais de data e os escritórios da companhia terão sua demanda energética suprida 100% por energias renováveis.

O investimento do Google na compra de energia limpa e sustentável tem algum tempo. Em 2007, a empresa firmou o compromisso de se tornar carbono neutra, o que significa que cálculos indicam o quanto ela emite de dióxido de carbono (CO2, responsável pelo aquecimento global) em suas operações e o volume é quantificado em dinheiro, e o mesmo valor então, é aplicado pela companhia em projetos para promover novas tecnologias.

No ano anterior, em 2006, já tinham sido instalados painéis solares com capacidade de produção de 1,6 megawatt no topo dos quatro edifícios do campus de Mount Views, na Califórnia, a sede mundial do Google, onde milhares de pessoas trabalham. A energia produzida ali é suficiente para abastecer o equivalente a 1.000 casas.

Em 2010, foi a vez da assinatura de um contrato para comprar 114 megawatts de energia eólica de uma fazenda de Iowa. Graças a todos estes investimentos nos últimos anos, em 2016, o Google foi a multinacional que mais comprou energia renovável – solar e eólica – no mundo, um total de 2,6 gigawatts.

Conforme o gráfico que você confere abaixo, é possível notar que a principal fonte adquirida é a eólica, produzida pela força do vento. Logo depois do Google, aparece a Amazon e em seguida, duas outras companhias ícones do Vale do Silício, Microsoft e Facebook, que também investem na aquisição de renováveis, principalmente eólica. Atualmente o setor da internet já é tão grande, que se tornou responsável por 2% das emissões mundiais de gases de efeito estufa, ficando lado a lado com a aviação civil.

É preciso entender que para fazer funcionar os “motores” de uma empresa digital como o Google, são gastas toneladas de energia diariamente. Por ano, em um clique no computador ou no celular, são feitas trilhões de pesquisas em seu sistema de busca e a cada minuto, é realizado o download de 400 horas de vídeos no Youtube, plataforma que pertence ao grupo.

Urs Hölzle destaca, entretanto, que o investimento em renováveis não faz parte somente do comprometimento em reduzir os efeitos das mudanças climáticas, mas faz sentido na hora de fechar a conta a ser paga no final do mês.

Os gastos com eletricidade são uns dos mais pesados no orçamento do Google. E nos últimos seis anos, o custo das energias solar e eólica caíram muito, o primeiro cerca de 80% e o segundo 60%, provando que estas são as fontes energéticas do futuro, ou melhor, do presente (leia mais sobre o mercado de renováveis no post “Custo da energia eólica se equipara a dos combustíveis fósseis“).

O investimento total do Google em renováveis gira em torno de 3,5 bilhões de dólares, segundo comunicado da empresa. Este dinheiro ajuda a apoiar projetos em países como Chile, Suécia e Estados Unidos.

“A Ciência afirma que combater as mudanças climáticas é uma prioridade global urgente. Acreditamos que o setor privado, em parceria com os líderes políticos, deve dar passos ousados para que possa gerar crescimento e oportunidades. E temos responsabilidade nisso: com nossos usuários e o meio ambiente”, diz o VP do Google.

Imagem: reprodução Google

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Suzana Camargo

Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.