Gisele Bündchen lança movimento global ‘Believe Earth’ no Rock in Rio


A presença de Gisele Bünchen sempre causa. Não só por sua beleza e simpatia, mas também por seu ativismo em favor da Amazônia e do meio ambiente. Foi por isso que ela abriu o festival Rock In Rio, na última sexta-feira, 15/9, na Cidade do Rock, no Rio de Janeiro, emocionando a plateia.

No palco, foi às lágrimas durante seu discurso no qual falou do futuro da humanidade, de sonhos e de como eles podem se tornar reais. “Estou aqui porque sou movida a sonhos. Eles me inspiram e me guiam. Acredito que sonhos se tornam realidade com perseverança, foco e dedicação. E ficam mais fortes quando sonhamos juntos”. E completou: “Estamos aqui porque alguém sonhou com este festival há mais de 30 anos (este foi seu primeiro Rock in Rio). Artistas sonharam com este palco. Nós sonhamos em, um dia, estarmos aqui. Este momento é a soma de muitos sonhos. Acredito que, para se criar qualquer coisa, primeiro é preciso imaginar, sonhar, e por isso eu estou aqui”.

Chamou a amiga Ivete Sangalo ao palco para cantar Imagine, de John Lennon. Mais emoção: além da provocada pelos versos eternos do músico inglês, o público que se juntou às duas no canto.

Em seguida, Gisele lançou o movimento mundial Believe Earth  que, além da organização do show e de pessoas engajadas e inspiradoras, reúne instituições como WWF Brasil, CI-Conservação Internacional, Greenpeace, Alana, Ashoka, ONU Meio Ambiente, entre outras. “Hoje nasce este movimento global, criado para inspirar e conectar todos que querem se unir por um mundo melhor. Cada um de nós tem um impacto no mundo. Só precisamos decidir que tipo de impacto queremos ter. Que papel você quer ter? Em que mundo quer viver? Se você, como eu, acredita que podemos criar um mundo melhor, junte-se à nós!”.

Plantar árvores e esperança

O movimento Believe Earth se une à iniciativa Amazônia Live, da qual Gisele também comentou. Ela foi lançada pelo Rock In Rio em agosto do ano passado, em cerimônia belíssima no meio da floresta amazônica. Trata-se de um projeto socioambiental que planeja plantar um milhão de árvores em área desmatada da floresta amazônica. Quando foi lançado, a organização do evento anunciou o plantio de três milhões de sementes, já doadas por ela, pelo Banco Mundial, pela CI e por uma universidade do Rio de Janeiro.

A iniciativa não só vai restaurara a vegetação, mas também recuperar nascentes e matas às margens dos rios, entre eles o Xingu, além de gerar renda para as comunidades locais, de forma participativa e inclusiva. Na ocasião, Roberto Medina, presidente do Rock in Rio, disse que o movimento seria promovido em todos os países em que o Rock in Rio atua e iria até 2019.

Uma ‘pedra no sapato’ do governo

Mas engana-se quem pensa que seu engajamento é recente. Quando namorava Leonardo di Caprio (entre 2000 e 2005), já chamava a atenção para a Amazônia. Em suas redes sociais, sempre falou da importância de se preservar a natureza e deu dicas para redução do consumo.

Participou da série da National Geographic para a qual gravou alguns episódios. Em um deles, sobrevoou a floresta amazônica de helicóptero na companhia de Paulo Adario, presidente do Greenpeace Brasil, e chorou ao ver sua devastação. Em outro, conversou com o cientista Antonio Nobre em uma torre no meio da floresta, que viralizou nas redes sociais.

Em julho deste ano, Gisele se manifestou de forma contundente quando o governo Temer anunciou a redução da floresta de Jamanxim, no Pará, e, no mês passado, quando ele decretou a anulação da Reserva Nacional do Cobre (Renca), no Pará e Amapá, para mineração.

No primeiro caso, Gisele chegou a direcionar tuítes ao presidente, que respondeu à mensagem dizendo que havia vetado a proposta inicial. Foi ardiloso, como sabemos, já que, em seguida, enviou novo projeto ao Congresso com aumento da redução da mata: de 486 mil hectares, passou para um milhão! E ela manteve sua luta digital, dizendo a Temer: “Estamos de olho!”.

Ela tem sido uma das vozes mais fortes – entre pessoas famosas pelo mundo – que se levantam contra o desrespeito à floresta amazônica, tornando-se não só uma boa divulgadora de sua realidade entre seus mais de 4,5 milhões de seguidores, mas também importante aliada de ONGs socioambientais. Ah, se todos fossem iguais à Gisele….

Foto: Divulgação

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Mônica Nunes

Jornalista com experiência em revistas e internet, escreveu sobre moda, luxo, saúde, educação financeira e sustentabilidade. Trabalhou durante 14 anos na Editora Abril. Foi editora na revista Claudia, no site feminino Paralela, e colaborou com Você S.A. e Capricho. Por oito anos, dirigiu o premiado site Planeta Sustentável, da mesma editora, considerado pela United Nations Foundation como o maior portal no tema. Integrou a Rede de Mulheres Líderes em Sustentabilidade e, em 2015, participou da conferência TEDxSãoPaulo.