PUBLICIDADE

G7 se compromete a ajudar os países amazônicos no combate às queimadas

Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido – os países economicamente mais poderosos e avançados do mundo, que compõem o G7 – se reuniram em Biarritz, no sul da França, para a 45a. conferência da cúpula, de 24 a 26 de agosto . E, como o presidente francês, Emmanuel Macron, havia comentado por Twitter na semana passada, o primeiro assunto a ser discutido pelas sete potências foi a Amazônia, por conta das queimadas que ainda a consomem.

Como anfitrião da cúpula, ele anunciou ontem, 25, que todos concordaram em ajudar os países que abrigam o bioma e estão sendo afetados pelo fogo. “Há uma convergência real para dizer que todos concordamos em ajudar os países afetados por esses incêndios o mais rápido possível”, disse, citando pedidos de ajuda de alguns desses países, em especial da Colômbia.

Macron comentou que o G7 está em contato com os países amazônicos para firmar compromissos de recursos técnicos e financeiros. “Estamos trabalhando em um mecanismo de mobilização internacional para ajudar esses países com mais eficiência”. E a primeira medida, divulgada hoje, é o desbloqueio de uma ajuda de emergência de 20 milhões de euros (cerca de R$ 91 milhões) para a Amazônia. Tais recursos serão aplicados principalmente para o envio de aviões Canadair de combate a incêndios.

No domingo, ele já havia comentado sobre algo muito importante sobre o qual, até então, ninguém havia refletido: o momento pós-queimadas ou o reflorestamento. “A importância da Amazônia para esses países e para a comunidade internacional é tão grande em termos de biodiversidade, oxigênio e luta contra as mudanças climáticas, que precisamos proceder o reflorestamento”. A assistência para atender um plano de médio prazo será apresentado na Assembleia Geral da ONU, em setembro. Mas, no caso do Brasil, é importante salientar que o governo brasileiro terá que concordar em trabalhar com ONGs e populações locais.

Tomara que Bolsonaro não coloque tudo a perder. Não estamos em condições de recusar ajuda, nem de desconfiar dela. Hoje, o presidente já comentou sobre a decisão do G7 ao deixar o Palácio da Alvorada: “Macron promete ajuda de países ricos à Amazônia. Será que alguém ajuda alguém, a não ser uma pessoa pobre, né?, sem retorno? Quem é que está de olho na Amazônia? O que eles querem lá?”.

Se o governo não tivesse desmantelado os órgãos de fiscalização e controle do desmatamento, nem as brigadas de incêndio, nem tao pouco incentivado a exploração na região, certamente estaríamos enfrentando queimadas como em todos os anos, já que a seca é um fato nesse período. Com um agravante: estamos apenas no início desse período, então, a situação pode ser agravar.

Vale ressaltar que o G7 sempre convida chefes de estado de outros países, que não fazem parte do grupo, para acompanhar a reunião. Este ano, estavam presentes os governantes do Chile, Índia, a Austrália e a África do Sul. Em outros tempos, o Brasil estaria lá, certamente.

E os acordos internacionais?

Outra questão importante é a possibilidade de prosseguir – ou não – com acordos econômicos internacionais. A crise ambiental, agravada com as queimadas, ganhou grande repercussão e ameaça o tratado entre a União Europeia e o Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai).

Antes da reunião do G7, o presidente francês acusou Bolsonaro de mentir sobre seus compromissos com o meio ambiente, o que pode colocar em risco esse acordo, mas não foi apoiado pela Alemanha, Reino Unido e Espanha que acreditam que esta não seria uma punição adequada.

Macron tem criticado duramente a política ambiental brasileira, destacando não só o desmatamentoque é apontado como principal causa para que o fogo se alastrasse tão rapidamente – como a falta de ação no combate à esta tragédia que continua consumindo a floresta. Mas Bolsonaro tem o apoio do presidente americano Trump, que participa da reunião do G7, e “pegou carona” em vídeo gravado durante a reunião sem autorização, por um cinegrafista, e vazado nas redes. Nele, Merkel se diz preocupada que Bolsonaro fique com a impressão de que eles estão contra o presidente brasileiro.

Bolsonaro se aproveitou desse vazamento para declarar, nas redes sociais – seu palanque favorito -, que tem buscado o diálogo com líderes do G7. E não perdeu a oportunidade para mentir novamente, dizendo que está comprometido com a proteção ambiental. E aproveitou a oportunidade para agradecer “aos chefes de estado que ajudaram a superar uma crise que só interessa aos que querem enfraquecer o Brasil”. 

Quem tem enfraquecido o Brasil perante o mundo, infelizmente, é o presidente. Não parece, mas tomara que esta tragédia ambiental o faça entender que é urgente proteger a Amazônia e não entregá-la para a exploração como ele tem declarado, constantemente, que pretende fazer.

Sob tensão

As queimadas na Amazônia foram o primeiro tema da pauta do G7, que ainda deve aprofundar reflexões e decisões sobre o aquecimento global, além de discutir o Brexit e a guerra comercial contra a China. Estes dois últimos podem aproximar os Estados Unidos e o Reino Unido.

Todos temas polêmicos, que levaram inúmeros manifestantes para a região. Mas, para garantir sossego na majestosa vila de verão de Napoleão 3º, construída em meados do século 19, que sedia a conferência do G7, mais de 13 mil policias fazem a segurança.

Já no primeiro dia, expulsaram os manifestantes para cidades do País Basco, do outro lado da fronteira com a Espanha. Além de black blocs, eram aguardados também representantes dos “coletes amarelos”, ambos grupos bastante radicais.

Fontes: G1, Folha de São Paulo

Foto: Reprodução

Comentários
guest

0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments
Notícias Relacionadas
Sobre o autor
PUBLICIDADE
Receba notícias por e-mail

Digite seu endereço eletrônico abaixo para receber notificações das novas publicações do Conexão Planeta.

  • PUBLICIDADE

    Mais lidas

    PUBLICIDADE