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Filhote de onça-pintada já pode ser vista por visitantes em Refúgio Biológico de Foz do Iguaçu

filhote de onça-pintada e a mãe

*Por Poliana Corrêa

A filhote de onça-pintada (Panthera onca), nascida no Refúgio Biológico Bela Vista, em Foz do Iguaçu, foi solta em espaço aberto pela primeira vez, para a alegria dos visitantes. No local, a pequena terá condições para continuar o seu bom desenvolvimento em um ambiente o mais próximo possível do natural. No recinto externo, ela poderá escalar árvores, aprender a nadar e a caçar, seguindo os passos da mãe.

O nascimento da oncinha foi o primeiro caso bem-sucedido de reprodução da espécie em cativeiro no Refúgio, após 14 anos de tentativas, como noticiamos aqui, neste outro post.

“É muito importante tentar manter uma população de segurança em cativeiro para que, quando necessário, se possa realizar um trabalho de manejo de população de vida livre e a gente tenha como se fosse um banco de reserva genético para ser acessado”, explica Wanderlei de Moraes, médico-veterinário da Divisão de Áreas Protegidas da Itaipu. “Muitas vezes nós não temos disponíveis mais animais para fazer esse trabalho. Por exemplo, hoje foi verificado que existe aproximadamente 200 onças em todas Mata Atlântica, soltas. Isso é um número muito baixo em termos genéticos. Então, poderíamos estar usando uma população de cativeiro para melhorar a qualidade genética dessa população de vida livre.”

A bebê onça – ainda sem nome definido – é resultado do acasalamento de Valente, um antigo morador do local, e Nena, doada pelo Criadouro Científico Instituto Onça-Pintada, de Goiás. A família de felinos poderá ser vista no recinto instalado no circuito turístico do local. Entretanto, haverá um revezamento estratégico no uso do espaço, visando a segurança do filhote.

“A mãe e a filhote vão ocupar o recinto alguns dias, outros dias quem vai estar lá é o pai. Não podemos colocá-los juntos porque o machop não reconhece o filhote como sendo seu filho. Ele pode atacá-lo, chegando até a matar o animal. Isso também acontece na natureza”, explica o veterinário. “Nós temos que respeitar o que acontece na natureza onde a mãe cuida do filhote em um território separado do território do macho. Ela normalmente fica com a mãe num primeiro período até desmamar – em torno de seis meses. Depois, ela segue com a mãe em um segundo período, quando aprenderá a usar o território.”

O médico-veterinário destacou ainda os desafios encontrados para reprodução da espécie em cativeiro:

“Só que hoje nós não temos um programa de reprodução que esteja em desenvolvimento suficiente para ter animais em cativeiro que possa fazer esse trabalho. Fora isso, além de ter o banco, é preciso ter tecnologia para levar esses animais para a natureza, que é outro complicador. É preciso trabalhar o comportamento se for soltar o animal nascido em cativeiro. Ou tem que trabalhar com reprodução assistida se for pegar um animal na natureza, fazer inseminação e soltar novamente antes que nasça os filhotes para que a mãe possa criá-los na natureza. Existem várias coisas que precisam ser trabalhadas e estudadas. Na realidade que é muito melhor manter as áreas naturais protegidas, manter as suas populações naturais de animais protegidas, pois esse processo do cativeiro ajudar é bem mais complexo.”

Após este período de adaptação, o Refúgio Biológico de Itaipu lançará um concurso para e escolha do nome da oncinha. A data ainda não foi definida, mas deve ocorrer no aniversário de seis meses do filhote.

O Refúgio Biológico Bela Vista está instalado em uma área de 1.908 hectares, na margem brasileira de Itaipu. O espaço reúne hoje a maior diversidade de espécies da flora e da fauna regional, muitas delas ameaçadas de extinção. O plantel de Itaipu conta com mais de 380 animais.

*Texto publicado originalmente em 11/04/2017 no site Web Rádio Água

Fotos: divulgação Itaipu

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