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Extensão dos corais da Amazônia é seis vezes maior do que estimado inicialmente

Extensão dos corais da Amazônia é seis vezes maior do que estimado inicialmente

Em 2014, pesquisadores ficaram fascinados com o material recolhido, apenas com redes, em águas profundas, próximo à foz do Rio Amazonas. Em janeiro do ano passado, uma nova expedição foi realizada no local, com a presença de biólogos e a equipe da organização ambiental Greenpeace, que levou o submarino Esperanza para a região, como noticiamos aqui.

“Estou me sentindo como alguém que volta de outro planeta”. Foi assim que o professor Ronaldo Francini Filho, da Universidade Federal da Paraíba, descreveu, em 2017, a experiência de observar os recifes de corais na Amazônia. Para ele, foi desvendado um mundo oculto, de natureza exuberante, num local inóspito na qual seria quase impossível existir tanta vida.

A 220 metros de profundidade e a mais de 100 quilômetros da costa brasileira, foram observados recife de corais, rodolitos (algas calcárias) e esponjas numa profusão estonteante de cores e formas.

Inicialmente, acreditou-se que o recife, que se estende da Guiana Francesa ao estado do Maranhão, teria cerca de 960 km. Todavia, no mês passado, o Esperanza voltou ao Brasil, para realizar uma nova expedição científica na região. O resultado foi surpreendente!

Em artigo divulgado hoje (23/04), na publicação Frontiers in Marine Science, pesquisadores brasileiros, americanos e franceses revelam que o chamado Sistema de Corais da Grande Amazônia é seis vezes maior do que acreditava-se, tendo cerca de 56 mil km2, e sua profundidade também é maior do que o estimado em 2017.

Os cientistas destacam que a biodiversidade contida ali é complexa, ou seja, habitat de centenas de espécies da fauna e flora. Ainda segundo o estudo, o Sistema de Corais da Grande Amazônia pode ajudar a entender melhor se existe uma conexão entre o Mar do Caribe e o Oceano do Atlântico Sul.

“Quanto mais pesquisamos sobre os Corais da Amazônia, mais descobertas fazemos. Ainda sabemos muito pouco sobre este ecossistema fascinante e o conhecimento obtido até o momento indica que qualquer atividade de extração de petróleo poderá causas danos a este sistema único”, alertou Fabiano Thompson, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, em entrevista à publicação IFL Science.

A ameaça a que Thompson se refere é o interesse de empresas petrolíferas em perfurar na região. Para evitar que isso aconteça, o Greepeance lançou uma campanha global para defender os Corais da Amazônia. Além de uma petição online, que já tem mais de 1,6 milhão de assinaturas, os ativistas realizaram protestos na França, Bélgica, Inglaterra e Brasil contra a francesa Total, uma das companhias que queriam explorar o local.

Em agosto do ano passado,  o Ibama deu parecer contra a licença de exploração de petróleo pela Total na região. Era a terceira vez que a empresa tentava a autorização desde 2015. Já em novembro, a demora na aprovação dos Estudo de Impacto Ambiental da Total e da BP (outra petrolífera multinacional) foi tão grande que o governo brasileiro retirou a oferta de blocos perto dos corais.

No mês passado, a mineradora australiana BHP anunciou oficialmente a desistência de explorar petróleo no Amazonas.

Fotos: divulgação Greenpeace 

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