Experiência Munduruku: viagem em realidade virtual e multisensorial a uma aldeia indígena na Amazônia


De 2 a 25 de junho, a cidade de São Paulo recebe uma experiência inusitada promovida pelo Greenpeace: uma viagem de simulação a uma aldeia indígena na Amazônia – da etnia Munduruku, no Pará – como se você estivesse lá. A tecnologia usada é de realidade virtual e também estimula os sentidos do tato e do olfato.

Chamada de Experiência Munduruku, a iniciativa foi liderada pela britânica Grace Boyle – responsável pela construção do projeto Feelies: Multisensory Storytelling / Amazon, que visa provocar empatia a causas ambientais e sociais por meio da imersão na realidade virtual – e desenvolvido por Charles Michel, residente no Crossmodal Research Laboratory, da Universidade de Oxford, que mantém o principal centro de ciência sensorial do mundo.

(Como já divulgamos aqui no Conexão Planeta, em abril o Instituto Socioambiental lançou,  no Festival É Tudo Verdade, vídeo de realidade virtual produzido numa aldeia Waurá no Xingu, que já está disponível na internet para exibição no celular, tablet e TV)

Danicley de Aguiar, coordenadora da campanha da Amazônia do Greenpeace, explica: “O que estamos trazendo ao público brasileiro é uma experiência inovadora que une arte e ciência. É uma oportunidade única para muitas pessoas que nunca puderam ir à Amazônia possam entender o que a floresta significa para os povos indígenas e comunidades ribeirinhas que dependem dela para sobreviver”.

Assim, em uma jornada pelo coração da Amazônia – conduzida pela voz do cacique Juarez Saw Munduruku – é possível sentir a floresta e aprender sobre modo de vida do Munduruku. A intenção é provocar a compreensão da relação deste povo com as matas e os rios.

Mas como é feita a viagem? O visitante entra numa cápsula, que estimula quatro sentidos – visão, tato, audição e olfato – a partir de um filme em realidade virtual (que faz você se sentir na aldeia Munduruku, navegando pelo Rio Tapajós), de luzes infravermelhas que simulam a temperatura na aldeia e de dois canais de áudio com sons locais e ruídos em subfrequência (60Hz), que provocam vibrações no corpo. O cheiro é inspirado nos aromas da floresta amazônica e foi desenvolvido por um perfumista mexicano, Nadjib Achaibou.

“O povo Munduruku vive na região do Rio Tapajós desde tempos ancestrais. Há mais de três décadas estão lutando pela demarcação de seu território tradicional no Médio Tapajós, constantemente ameaçado pelo plano de construção de hidrelétricas nesse trecho do rio. Queremos que esta experiência ajude os demais brasileiros a compreenderem que a Amazônia é muito mais que um mar de florestas ou uma grande província mineral e energética”, salienta Aguiar.

A viagem dura cerca de 15 minutos e poderá ser feita até 25 de junho. Mas para participar é preciso fazer inscrição no site no Greenpeace.

SERVIÇO
Experiência Munduruku / Greenpeace
Centro Cultural Correios

Avenida São João, s/nº – Vale do Anhangabaú, São Paulo-SP
De 2 a 25 de junho; de terça a domingo, das 11h às 17h
Entrada Gratuita / Acesso para pessoas com deficiência
Recomendado para maiores de 12 anos
Informações: (11) 2102-3690

Foto: Divulgação/Greenpeace

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Mônica Nunes

Jornalista com experiência em revistas e internet, escreveu sobre moda, luxo, saúde, educação financeira e sustentabilidade. Trabalhou durante 14 anos na Editora Abril. Foi editora na revista Claudia, no site feminino Paralela, e colaborou com Você S.A. e Capricho. Por oito anos, dirigiu o premiado site Planeta Sustentável, da mesma editora, considerado pela United Nations Foundation como o maior portal no tema. Integrou a Rede de Mulheres Líderes em Sustentabilidade e, em 2015, participou da conferência TEDxSãoPaulo.