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Um destino pra quem quer conhecer um pouco mais do Brasil

Marcelo Rosenbaum, em Várzea Queimada, no Piauí - Na Garupa

Há pouco menos de um mês, contamos pra vocês sobre o nosso novo projeto Expedições, e anunciamos a campanha de crowdfunding que estávamos fazendo para a realização da primeira edição, a Expedição Garupa Chapada do Araripe.

Hoje, estamos superfelizes em compartilhar o sucesso dessa iniciativa: a campanha, que fechou no último sábado, alcançou mais de R$ 59 mil, com o apoio de 62 pessoas. Queremos, claro, aproveitar para agradecer a todos que nos ajudaram a divulgar e a fazer esse projeto acontecer.

Mas o frio na barriga não passou, já que agora vem o mais importante: levar os especialistas e os 12 aventureiros que compraram as vagas na Expedição para uma imersão em Várzea Queimada, entre os dias 13 e 17 de janeiro de 2016, com o objetivo de desenvolver um projeto de turismo comunitário para o destino. A ansiedade é grande – e por isso resolvemos conversar com o designer Marcelo Rosenbaum, à frente do projeto A Gente Transforma, um dos parceiros dessa Expedição Garupa, para nos contar sobre o que esperar (ou não) desse destino tão interessante no meio do Piauí.

Qual a importância de estruturar um modelo de turismo comunitário em Várzea Queimada?

Não vejo como algo isolado. É algo que vem se desenhando. Nesse momento, essa Expedição vai agregar a possibilidade de gerar renda e trazer liberdade, através da cultura e da arte desse povo. É a consciência dessa importância da cultura que sustenta a economia criativa, com a qual já estávamos trabalhando. Essa estruturação do turismo é, então, mais uma ferramenta pra mostrar esse processo de liberdade e de permanência da cultura que começamos com o artesanato.

O que você espera dessa Expedição Garupa?

Não tenho expectativa nenhuma, porque é assim que a gente aprende a ser por lá. Estou indo de coração aberto, inclusive porque a ideia é ir para escutá-los, provocá-los, entender suas ideias e dar ferramentas para que eles possam desenvolvê-las, com a nossa colaboração.

Qual a expectativa dos comunitários?

Eles tampouco trabalham com expectativa. Eles são pessoas muito amorosas, que estão em uma situação de resistência de sobrevivência, no meio do sertão. É um lugar que não tem água, que não tem muitas oportunidades. Eles têm fé, mais do que expectativa – e isso é lindo. É chegar e receber essa fé deles, se alimentar disso. Acredito que eles vão nos receber como uma continuação do trabalho que já estávamos fazendo juntos. Eles já estão acostumados conosco.

O que mais te encantou a primeira vez que foi à comunidade?

A beleza, o amor, a força e o saber deles. Eles têm muita cultura.

Quem você acredita que se interessaria pela visita à comunidade?

Pessoas que querem conhecer um pouco mais do Brasil, dos vários rincões do nosso país. Vejo Várzea Queimada como uma universidade do saber do homem do sertão. Então, é uma outra forma de turismo. Eu vejo muito o “peregrino” lá. O turista é aquela pessoa que quer o serviço. Já o “peregrino” vai lá pra ter uma troca entre culturas, conversar com eles e fazer da viagem um espaço de trabalho criativo. É aquele que quer fortalecer os seus saberes e os da comunidade.

O que você achou da experiência de tocar uma campanha de crowdfunding?

Foi muito legal. Foi uma parceria linda, e o que eu senti foi que ela se centra muito em cima de uma rede pessoal, de amigos, de conhecidos. São poucas as pessoas que acabam não fazendo parte dessa rede. Então a campanha acaba fortalecendo a rede, e pedindo o cuidado dela, o participar coletivamente. É preciso, nessas campanhas, trazer as pessoas pra fazerem parte do projeto e assumirem a sua coautoria.

Como você vê a comunidade daqui a cinco anos?

Na verdade, eu já vi o que vai acontecer – vi o que vai acontecer daqui a uns 30 anos. Mas não posso falar, está no meu coração. E vi que vai acontecer no meu tempo, no tempo deles. Vi o reconhecimento da comunidade, de seus valores, dessa troca de saberes. É um lugar com potencial real de desenvolvimento para os seus próprios moradores, para eles poderem sobreviver com e pela sua cultura com toda a qualidade e beleza que lhes é própria. Vejo a nossa parceria continuando por muito e muito tempo… Eu quero ficar velhinho e ir pra lá!

Foto: Diego Cagnato

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