Estados Unidos querem acabar com o uso do gás HFC

ar condicionados liberam gás HFC

Muito se fala no dióxido de carbono, o CO2, grande vilão do aquecimento global. O gás é emitido na atmosfera através da queima de combustíveis fósseis, como gasolina, diesel e carvão. Mas há outros gases de efeito estufa tão prejudiciais ao meio ambiente quanto o CO2. É o caso dos HFCs, sigla de hidrofluorcarbonetos, gases de refrigeração que contem hidrogênio, flúor e carbono. Eles são usados principalmente em geladeiras, ar-condicionados e espumas de extintores.

Quando comparado ao dióxido de carbono, o HFC é dez mil vezes mais potente, ou seja, ele tem uma ação de aquecimento da atmosfera dez vez maior ao do CO2. A expectativa é que, só nos Estados Unidos, o uso do HFC dobre até 2020 e triplique em 2030. Isso significa que seria impossível limitar o aumento da temperatura na Terra em até 2ºC , como recomendam os cientistas do clima (meta esta que muitos já acreditam ser praticamente impossível). Mas caso nada seja feito, o gás de refrigeração poderá ser responsável por 20% das emissões globais de efeito estufa até a metade deste século.

Em mais uma iniciativa para combater o aquecimento global, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou ontem (15/10) nova medida para reduzir e gradualmente, banir completamente o uso dos hidrofluorcarbonetos. Com a recente determinação, o governo americano calcula que 1 bilhão de toneladas de carbono não serão emitidas na atmosfera até 2025. Ou em termos mais práticos, 15 milhões de carros deixariam de rodar nas estradas – e poluir o ar – pelos próximos dez anos.

A descontinuação do uso do HFC e a troca por outros produtos químicos mais seguros serão feitas aos poucos nos Estados Unidos. A Agência de Proteção Ambiental daquele país deverá anunciar datas e prazos no início do ano que vem.

A indústria americana já se mostrou favorável à decisão da Casa Branca e se comprometeu a investir milhões de dólares em pesquisas para desenvolver alternativas aos hidrofluorcarbonetos e incorporar tecnologias mais limpas na produção de carros, ar-condicionados, geladeiras e espumas.

Hoje (16/10), uma série de empresas assinaram documento de compromisso com a administração Obama para apoiar a nova medida. Entre elas estão Carrier, Coca-Cola, DuPont, Johnson, Red Bull, Target e PepsiCo.

Foto: Bonnie Natko/Creative Commons/Flickr

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Suzana Camargo

Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.