Estadia de graça e trabalho voluntário: viajando ao redor do mundo com as mãos na terra

Organic Farms: estadia de graça e trabalho voluntário - viajando ao redor do mundo com as mãos na terra

O desejo de muitos jovens é desbravar o planeta com uma mochila nas costas. Todavia, muitas vezes, sobra idealismo, mas falta dinheiro para realizar o sonho, mesmo em viagens de baixo custo, com estadia em albergues.

Para juntar estes jovens com um modo de vida mais sustentável, foi criado, em 1971, na Inglaterra, o programa de intercâmbio WWOOF, também conhecido como Organic Farms.

A ideia do movimento internacional é conectar viajantes, dispostos a fazer trabalho voluntário, a produtores de alimentos orgânicos do mundo todo.

O intercâmbio funciona da seguinte maneira: primeiramente o interessado em participar do WWOOF escolhe um destino (há fazendas cadastradas em mais de 120 países: Reino Unido, Nigéria, Chile, Brasil, Índia, França, Alemanha…), depois seleciona em uma lista onde deseja fazer o trabalho voluntário e por último, é só fazer as malas.

Os viajantes voluntários trabalham nas fazendas, aprendendo mais sobre o plantio de alimentos orgânicos, criação de animais e a agricultura sustentável. Em troca, ganham a estadia gratuita.

Trabalho voluntário em troca de estadia e conhecimento sobre a agricultura orgânica

No Brasil, há uma lista enorme de produtores membros do WWOOF. Tem fazendas no Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Bahia, Minas Gerais, Goiás e diversos outros estados.

No site do WWOOF Brasil, os interessados encontram informações detalhadas sobre as fazendas que oferecem a acomodação de graça em troca de trabalho voluntário: tipo e tamanho da propriedade, cultivos, línguas faladas pelos anfitriões, acomodação e alimentação oferecidas e descrição da família.

Há fazendas cadastradas em mais de 120 países

Para participar do programa, a única despesa é se associar ao WWOOF do local em que você pretende se hospedar. A taxa é uma anuidade, que varia de preço de país para país, mas em geral, é bem baratinha. Como a entidade é uma organização sem fins-lucrativos, o valor é utilizado para manutenção de sites e outras ferramentas de auxílio aos WWOOFers, como são chamados os hóspedes.

É preciso ter no mínimo 18 anos para ser um WWOFFer. Mas crianças acompanhadas dos pais são aceitas em muitas fazendas.

Produção de alimentos sem o uso de pesticidas

No mundo todo há um crescimento da agricultura orgânica. Nos países europeus, a área de cultivo de alimentos sem o uso de agrotóxicos passou de 5 milhões de hectares em 2002 para 11,1 milhões em 2015. Isso reflete diretamente o aumento da demanda do consumidor, que busca ingredientes mais saudáveis e saborosos, sem resíduos de substâncias químicas, comumente associadas ao aparecimento de doenças, como o câncer.

E aí, interessado em fazer uma viagem diferente nestas férias?

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Foto: divulgação WWOOF

7 comentários em “Estadia de graça e trabalho voluntário: viajando ao redor do mundo com as mãos na terra

  • 22 de abril de 2019 em 4:23 AM
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    Gostaria de algo assim,só que tenho 57 anos.

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    • 8 de dezembro de 2019 em 3:43 PM
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      Essa é a idade do seu corpo Sueli. Mas seu espírito tem… quantos anos??

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    • 24 de abril de 2019 em 4:00 PM
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      Janaina,
      Se você olhar no link do WWOOF, indicado na matéria, consegue descobrir os locais onde há oferta de trabalho voluntário. Tem 25 lugares no Brasil, inclusive no sul do país.
      Boa sorte!
      Abraço,
      Suzana

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  • 18 de novembro de 2023 em 8:02 AM
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    Bom dia, como faço para me inscrever nesse projeto, amo o trabalhar com a terra…

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    • 20 de novembro de 2023 em 12:45 PM
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      Oi Simone,
      Você precisa se cadastrar direto no site deles – https://wwoof.net/
      Abraço,
      Suzana

      Resposta

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Suzana Camargo

Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.