Encontro com o mundo perdido

Monte Roraima

O primeiro encontro do homem ocidental com o Monte Roraima foi no final do século XVI (1595), quando Sir Walter Raleigh (1552-1618), em busca de tesouros, ao embrenhar-se pelas Antilhas e cruzar as florestas da Guiana, chegou à base do Monte Roraima. Coletou diversos materiais, suficientes para escrever a obra Montanha de Cristal. Mas foi apenas em 1884, que outro inglês, o botânico Everard Im Thum, conseguiu a façanha de atingir o cume do Monte com seus 2.875 metros.

Em O Mundo Perdido (1912), Arthur Conan Doyle (1859 – 1930) conta a história do Professor Challenger, cientista que descobre dinossauros em plena Amazônia, mais precisamente no Monte Roraima. Se o autor da obra tivesse conhecido realmente os Tepuis de Roraima, ele não precisaria ir tão longe em sua criativa obra ao descrever tais criaturas.

Quando menino ganhei de meu pai um livro sugestivo onde na capa homens contracenavam com dinossauros. Era meu primeiro livro e logo saltei para minha primeira grande aventura. Ali em suas páginas, fui levado a lugares inimagináveis. Foi ali meu primeiro encontro com a grande floresta amazônica e nascia o sonho da aventura em meus pensamentos.

A vida toma rumos interessantes e a aventura acabou por se tornar uma profissão e no ano de 2011, fui convidado para registrar todos os estados do Território Amazônico. Um trabalho de meses e, ao olhar o roteiro, para minha surpresa teria de subir o Monte Roraima. Inicialmente fariamos de helicóptero. Lembrei-me do professor Chalenger e os intrépidos aventureiros que atravessaram pantanos e florestas ao encontro do desconhecido. “Vou a pé!”

O Monte fica localizado na tríplice fronteira entre Brasil, Venezuela e Guiana Inglesa. A caminhada de oito dias tem saída da aldeia Taurepang, e em uma placa estava escrito “Terra de Macunaíma”. Ali estava eu, diante de uma das paisagens mais fantásticas e em busca dos sonhos do menino que queria conhecer os índios.

Abaixo algumas imagens desta jornada:

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Fotos: Renato Soares

Um comentário em “Encontro com o mundo perdido

  • 19 de março de 2016 em 10:39 PM
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    Incríveis imagens, excelente relato! Parabéns!

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Renato Soares

Fotógrafo e documentarista especializado no registro de povos indígenas, bem como da arte, cultura e biodiversidade do país. Mineiro, desde 1986 realiza viagens para retratar formas de expressão cultural dos grupos étnicos brasileiros. Colaborador do blog Por Trás das Câmeras, Renato descreve o que chama de "Diário de Campo". É autor ainda do blog Ameríndios do Brasil, mesmo nome do seu projeto de fotografia com os índios