E aí, morreu?

e aí, morreu?

Todo mundo já se fez essa pergunta alguma vez. Quando a planta subitamente perde as folhas e fica seca, somente com os ramos desnudos, nem sempre é sinal de que ela esteja morta. Pode ter sofrido algum impacto nas raízes durante o transporte ou mudança drástica de temperatura, principalmente dentro de um carro que fique no sol. Pode também ter sido tirada do lugar de cultivo onde suas pequenas raízes se expandiam para fora do vaso ou saquinho de plantio em direção ao solo, ocasionando aquilo que se conhece como sangria de raiz. Muitas vezes, quando isto acontece, a planta leva umas quatro semanas para se recuperar e volta a viver com alguma perda de ramos e folhas.

O fato é que quando casos como estes ocorrem, ficamos na dúvida se a plantinha irá ou não resistir, voltando a vegetar.

Para saber se está viva, mesmo com os galhos secos, é preciso se certificar de que o ramo principal esteja verde por dentro. Uma maneira de descobrir é fazer uma pequena raspadinha no tecido lenhoso. Ele revelará se existe um tecido verde por baixo.

Em pequenas árvores, minha recomendação é fazer esse arranhão até mesmo com a unha, na altura da bifurcação dos ramos e abertura da copa: se o tecido lenhoso não revelar um verde por baixo depois de raspado, desça mais um pouco, na altura do tronco e faça um novo teste. Se ainda assim não houver sinal de tecido verde, vá em direção à base, perto da raiz. Se não houver nada verde, então sim, sua plantinha morreu. Já se a árvore for maior, observe se há o surgimento de fungos na base do tronco e o som oco ao bater na madeira.

Caberá então à você decidir o que fazer. Pode-se reutilizar o vaso para cultivar outra planta, como por exemplo, um pé de feijão ou uma trepadeira para enredarse no velho tronco seco ou então, cortar o tronco e replantar alguma coisa no lugar. Caso você vá reutilizar a terra, aproveite para observar a raiz da plantinha que morreu e ver se há algum indício de inseto ou rompimento no torrão de terra para descobrir o que  aconteceu. E antes de reutilizar a terra, deixe-a secar ao sol completamente para depois recompor o vaso.

Mas se depois de raspado o tecido lenhoso revelar o tecido verde, será sinal de vida e você poderá cortar as partes secas para ajudar no rebrote quando a primavera chegar.

Uma dica importante neste momento é cuidar com a irrigação porque durante este período de retração dos ramos, a planta está em repouso vegetativo ou seja, dormindo ou hibernando, na maioria dos casos, por causa do inverno. As regas então devem diminuir para não favorecer o apodrecimento das raízes,  uma vez que adormecida a planta absorverá menos água.

Esta também é uma boa hora para  limpar o tronco de pequenos insetos como as cochonilhas e adubar a terra. Pulverizá-la com uma solução  de 60 gotas por litro de água mineral e o floral de Bach chamado Rescue pode salvá-la deste estado de latência, estimulando- a para uma nova fase. Portanto não vá logo concluíndo que você nao leva jeito pra isso… As plantas hibernam independentemente da nossa vontade e existem três diferentes tipos de ciclos de desenvolvimento.

As anuais que sobrevivem por uma  única estação e depois de floridas, produzem sementes e morrem. Já aquelas que voltam a viver somente na próxima temporada, através de  suas sementes e bulbos e raízes, em geral são plantas de rápido crescimento e floração abundante. Os exemplos delas são o amarílis, alface, tagetes, girassol e dálias, como esta rosa, que você confere na imagem abaixo.

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Há ainda as plantas bianuais que, como o próprio nome diz, têm seu ciclo completo em dois anos, soltando sementes para propagação em todo o terreno e muitas vezes, possíveis de se propagar por estaquia (propagação de mudas por meio de estacas), cortando-se um ramo com três ou mais gemas para enterrar e vigiar. Manjerição e onze horas são plantas bianuais.

Por último, existem as plantas perenes, aquelas que não têm data marcada para morrer. Como as árvores e  os arbustos lenhosos. Como exemplo desta espécie posso citar o alecrim,  rosa, gerânio, capim- limao, alcachofra, curcuma, oregano, boldo e hortelã.

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Fotos: domínio público/pixabay

12 comentários em “E aí, morreu?

  • 15 de agosto de 2018 em 5:54 PM
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    Oi Liliana Allodi,
    Tenho uma planta Estrela de Natal, ganhei no começo desse ano, mas de umas semanas pra cá as folhas morreram, depois o caule também, desenterrei para ver como estava o bulbo e ele estava completamente branco, parecido com uma cebola. Será que morreu? Ainda não sei, se puder me responder agradeceria muito, desde já obrigada!

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  • 5 de novembro de 2018 em 12:00 PM
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    Oi Liliane!
    Muito esclarecedora a sua postagem! Aliás, a única que encontrei sobre a recuperação de u na árvore que perdeu as folhas.
    A minha, um Jacarandá mimoso, que estava cuidando a mais de 5 anos no vaso, e estava lindo. E quando finalmente transplantei para o local definitivo, perdeu todas as folhas, já fazem 2 meses. Não me conformo com isso, queria recuperá-la. Já chegou a primavera e nada. O ipê da vizinha, que estava hibernando no inverno já está todo verde.
    Onde posso encontrar esse floral
    de Bach, rescue?
    Em floras, hortos, farmácias de manipulação?
    Muito obrigado!

    Wallace

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  • 3 de junho de 2019 em 4:34 PM
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    Olá Liliane! Tenho uma oliveira centenária morta ainda no canteiro do meu quintal. Gostaria de saber se existe a possibilidade de abrir um buraco no seu tronco grosso, colocar substrato e plantar lá uma pequena oliveira. Acha que sobrevive?? Obrigada

    Carlinha Barroso

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  • 11 de julho de 2019 em 12:11 PM
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    Olá adorei as explicações, troquei um pé de umbú de um.vaso pequeno para o maior , ele estava lindo no menor mas a troca fez ele cair todas as folhas e parecer seco, será que eu matei minha frutífera?

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  • 2 de outubro de 2019 em 8:35 PM
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    Oi, tenho uma amoreira grande que hiberna todo inverno mas esse ano está demorando muito pra “acordar”, isso de raspar a casca serve pra ela também?

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    • 2 de dezembro de 2020 em 1:40 PM
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      Tenho uma Rafi embora às folhas verdes estão secas e o ponteiro dela murcho oq fazer?

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  • 2 de julho de 2020 em 10:15 PM
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    Boa noite Liliana.
    Posso mandar umas fotos de meu manacá?
    Secou muito depois que quebrou numa tempestade e tentei acertar o corte..
    Será que a matei?

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    • 2 de julho de 2020 em 10:33 PM
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      Oi Paulo,
      Infelizmente a Liliana não está mais com a gente ;-(
      Abraço,
      Suzana

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  • 10 de janeiro de 2021 em 10:34 AM
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    Bom dia. Preciso de ajuda por favor!!! Tenho um jacarandá que está com 18 anos . Na primavera ele receitou mas agora, no verão está perdendo as folhas e não vejo rebrotes. Será que morreu?

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  • 14 de fevereiro de 2022 em 8:49 PM
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    A minha deve ter morrido, ela está bem presa ao chão, ganhei ela hoje, o tronco está bem seco, todos os galhos estão secos e duros, ela é um certo bem pequeninho, deve ter um ano, vou tentar dar água, mexer na terra, aplicar um fertilizante, bora ver se tem cura!

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  • 31 de julho de 2022 em 1:28 PM
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    Fiz o transplante da minha caliandra rosa, para vaso grande na intensão de estimular “engorda”. Usei enraizador, substrato florifero com Tae Gold e poda das raizes. Entretanto folhas caíram todas e desde então sem rebrota (3 semanas assim). Nota-se que os galhos por baixo estão verdes, ao raspar, o que aparentemente remete a hipótese de qua a ceiva está circulando. Rega uma vez por dia, se substrato molhado pulo a rega. planta dentro de casa, com sol até 9h. Mas, estou preocupado com a ausência de rebrota. É normal? O que sugere?

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  • 29 de maio de 2023 em 2:39 AM
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    Meu pé de limão estava com fungo, borrifei o produto conforme orientação do dono da chácara, já troquei de lugar, replantei onde não bate tanto sol, mas parece que está secando todo…como salvá-lo?? ????????

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Liliana Allodi

Geógrafa, paisagista, educadora ambiental e ilustradora científica. Começou a carreira em São Paulo como consultora paisagística. Durante 10 anos viveu no exterior (Austrália, Israel e USA) e neste último país, firmou suas habilidades para trabalhar com crianças. Atualmente dá aulas de horticultura para alunos do Ensino Fundamental, em Brasília. Também desenvolve projetos junto à Cia da Horta para centros de ensino, clubes e empresas.