Ela já quis ser branca, hoje é símbolo da luta pela igualdade racial

No ano passado ela parou a Flip, Feira Literária de Parati. A professora aposentada Diva Guimarães, 79 anos levantou-se no meio da plateia e fez um depoimento emocionado, resumindo a própria história, episódios de racismo dos quais foi vítima e pedindo mais atenção para os negros brasileiros. Contou de como sofreu, ainda muito jovem, numa escola religiosa na qual estudava.

O ator Lázaro Ramos, que conduzia o debate, chorou. Outros integrantes da mesa ficaram engasgados com a crueza para tratar de um assunto tão delicado e o público a aplaudiu demoradamente.

De lá pra cá, a vida de Diva deu uma guinada. Ela foi convidada por programas de TV para dar entrevistas, estampou capas de jornais e revistas e passou a ser presença constante em painéis e debates sobre discriminação em todo o país.

Dona Diva em encontro com o ator Lázaro Ramos 

Nesta entrevista dada ao Brasil de Cor, Diva Guimarães conta que na infância quis ser branca para poder ser anjo nas apresentações da escola e usou um produto para tentar remover a cor. Conseguiu feridas na pele. A menina cresceu rebelde e com muita raiva por ser negra, até entender que o estudo podia mudar sua vida.

Acompanhe o relato da professora à Letícia Costa, estudante de jornalismo que se junta ao Canal Brasil de Cor:


Fotos: reprodução Facebook e divulgação Flip

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Herivelto Oliveira

Jornalista há 30 anos, é formado em Comunicação Social na Universidade Federal do Paraná. Em 1986, começou a carreira em televisão, primeiro como repórter e mais tarde, editor e apresentador. Trabalhou nas Redes Globo e Record. Em 2015, montou sua própria empresa, a Sobrequasetudo Comunicação e Arte, especializada em media training. Em 2017, criou o Brasil de Cor, um canal para dar oportunidade e visibilidade a negros brasileiros