Desfile da Portela emociona o público com a ala “Um rio que era doce”
*Atualizado em 01/03/2017
Era para ser só alegria durante o desfile da Escola de Samba Portela, na noite passada (27/02), no Carnaval carioca. Com o enredo, “Quem nunca sentiu o corpo arrepiar ao ver esse rio passar…”, o carnavalesco Paulo Barros levou para a Marquês de Sapucaí, no centro do Rio, a vida, a beleza e a exuberância dos rios do planeta.
Mas não era possível deixar de mencionar a tragédia ambiental do Rio Doce. Na ala “Um rio que era doce”, pescadores gigantes, cobertos de lama, apareceram com os rostos e os braços em direção ao céu, mostrando todo o desespero de quem vivia às margens do Vale do Rio Doce.
A quarta alegoria da Portela fazia referência ao desastre que assolou não só o vilarejo de Bento Rodrigues, próximo à Mariana, em Minas Gerais, quando em novembro de 2015, um onda de resíduos tóxicos, vindos da barragem da mineradora Samarco, inundou toda a região, tirando a vida de mais de 20 pessoas e matando milhares de animais no entorno do rio.
O desespero do pescador perante a lama de minério
No chão, os integrantes da escola, vestidos também com roupas sujas de lama, empunhavam cartazes com as palavras “crime, desespero, ganância, justiça e sem água”.
Todavia, as outras alas da Portela mostraram um desfile lindo, que mostrou ao público a incrível vida dos rios na Terra. A Comissão de Frente apresentou o fenômeno da piracema, a migração dos peixes rio acima, em direção à nascente, na época da desova e reprodução destes animais.
O carnavalesco Paulo Barros também colocou na avenida as lendas brasileiras ligadas aos rios, dentre elas, Iara, Boiúna e a do boto-cor-de-rosa.
No carro abre-alas, a Portela trouxe a mensagem sobre a importância da preservação das matas em torno das nascentes, com a alegoria “Fonte da Vida”.
E nesta terça-feira (01/03), o lindo desfile da Portela rendeu a ela o título de grande campeã do Carnaval 2017 no Rio de Janeiro, após um jejum de 33 anos. A escola é que mais ganhou títulos na cidade, 22 no total.
Fotos: divulgação RioTur/Fotos Públicas
Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.
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