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Descoberta de Esmeralda traz esperança para reprodução dos muriquis na Mata Atlântica

Descoberta de Esmeralda traz esperança para reprodução dos muriquis na Mata Atlântica

O resgate recente da fêmea de muriqui-do-norte, um dos primatas mais ameaçados de extinção das Américas, foi motivo de muita alegria para os pesquisadores da ONG Muriqui Instituto de Biodiversidade (MIB). Batizada de Esmeralda, a macaca foi achada sozinha, no pequeno distrito de Esmeraldas de Ferros, em Minas Gerais.

Levada para a Mata do Luna, área de proteção no mesmo estado onde se encontra um pequeno grupo de machos da mesma espécie, espera-se agora que a fêmea possa se reproduzir.

Maior primata do continente americano e o maior mamífero endêmico do Brasil (que só existe em território brasileiro), o muriqui é nativo da Mata Atlântica. Infelizmente, a destruição e fragmentação da floresta e o tráfico de animais silvestres foram responsáveis pelo declínio de sua população.

Em nosso país, são encontradas duas espécies deste gênero de primata: o muriqui-do-norte ou muriqui-de-minas (Brachyteles hypoxanthus), que ocorre nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo e sul da Bahia – como é o caso de Esmeralda -, e a Brachyteles arachnoides, observada nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e parte do Paraná.

Estima-se que restem somente entre 700 e 1.000 muriquis-do-norte nos remanescentes florestais da Mata Atlântica do Espírito Santo  e principalmente, de Minas Gerais. A expectativa é que a fêmea resgatada seja aceita pelo bando e possa, assim, ter filhotes e perpetuar a espécie. “Cada fêmea de muriqui engravida de três em três anos. Mas um fato positivo é que elas podem copular com diversos machos no mesmo período, o que aumenta a possibilidade de sucesso reprodutivo”, explica Fabiano Melo, biólogo, professor e pesquisador responsável pelo Programa de Conservação Muriquis de Minas, idealizado por especialistas da MIB e executado pela Fundação Biodiversitas.

Esmeralda é a primeira fêmea que está passando por um processo de translocação neste programa, que  possui uma equipe multidisciplinar formada por cientistas, estudantes e educadores, focada em pesquisa, manejo e educação para proteger estes primatas.

Em breve, o projeto de proteção ao muriqui-do-norte ganhará um reforço com a utilização de tecnologia de ponta. Um drone está sendo desenvolvido especialmente para auxiliar na localização de mais indivíduos da espécie, através do uso de câmeras termais de alta definição.  Apelidado de “drone-qui”, quando pronto, o aparelho melhorará a capacidade de observação e monitoramento dos animais. “O modelo de busca pelo muriqui com os drones pode ser replicado para outras espécies ameaçadas”, explica Melo.

O trabalho dos pesquisadores do Muriqui Instituto de Biodiversidade e da Fundação Biodiversitas conta com o apoio financeiro da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.

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Foto:  divulgação/Theo Anderson

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