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Crianças em tratamento contra o câncer ganham um novo motivo para sorrir: a visita da cadela Hope

Crianças em tratamento contra o câncer ganham um novo motivo para sorrir: a visita da cadela Hope

Há sete anos surgiu a sementinha de uma ideia na cabeça (ou seria, no coração?) da médica oncologista carioca, Bianca Santana.

“Primeiro, conheci o ‘cãoterapeuta’ John, do GRAACC (hospital infantil de tratamento de câncer, em São Paulo). Mas a ideia se consolidou mesmo depois de um paciente tetraplégico ter solicitado a visita de uma cadelinha, antes de falecer, e não conseguirmos proporcionar isso a ele”, conta Bianca.

“Percebi que havia a necessidade de não só uma visita de um cão, mas de um cão que fizesse parte do serviço. Algumas vezes se nós queremos que algo aconteça temos que fazer acontecer…”

A médica é a idealizadora do primeiro projeto de terapia assistida por animais na ala pediátrica do Instituto Nacional do Câncer (INCA), no Rio de Janeiro.

Sem ajuda financeira nenhuma do governo (o hospital faz parte do Sistema Único de Saúde), Bianca bancou do próprio bolso os gastos com a compra e o adestramento de Hope, a simpática golden retriever, que desde o mês passado, uma vez por semana, visita os jovens pacientes do Inca.

“Há uma aceitação incrível não somente dos pacientes, mas dos pais também. Além de uma comoção dos profissionais. As mães têm me relatado, muitas vezes, que choraram ao ver a interação das crianças, pois tiveram a impressão de que elas estavam novamente em casa”, revela a médica.

Hope, com seu uniforme de “terapeuta”

Cuidados especiais

Para que Hope esteja em contato com as crianças no Inca, pacientes em tratamento contra o câncer, que em geral têm a imunidade mais baixa, a cadela necessita de cuidados especiais.  

“Ela precisa tomar banho no dia da visita, escovar os dentes e passar álcool a 70% nas patas. É avaliada pela veterinária a cada 3 meses, toma vermífugo mensalmente, é vacinada para giardia e leishmania, além das vacinas comuns do calendário. Também precisa ter o atestado médico atualizado a cada 2 meses”, explica Bianca.

Desde os dois meses de vida, Hope é treinada pelo adestrador André Donza, para ser uma cadela de assistência. Bianca conta que para esse tipo de trabalho é essencial que o animal possua uma natureza extremamente dócil.

“O ideal é que se conheça a linhagem familiar. Tem que ser submisso e aceitar os comandos. A Hope é extremamente obediente e dócil. Desde o início ela sempre foi apaixonada por crianças, pois fiz questão que ela tivesse muito contato com elas”, diz.

A médica oncologista Bianca Santana, idealizadora do projeto

Bianca destaca que dentre os principais benefícios da terapia animal está o alívio da dor nas crianças, através da liberação de substâncias que dão sensação de prazer. “As crianças amam. Mesmo as que têm medo de animais ficam curiosas. Chegam perto, sorriem. Ter uma criança passando por tanto sofrimento e dar gargalhadas com um cãozinho é algo fenomenal”.

A médica revela que tem planos de incluir uma segunda cachorra, da mesma raça, no projeto. Entretanto, como no momento ela é única financiadora dos gastos, não há verba disponível. “Talvez dentro de um ou dois anos tenhamos outra cadela”, sonha.

É realmente um projeto lindo. E pensar que se tornou realidade graças a persistência de uma única pessoa.

“É como uma casa que construímos a partir de um terreno vazio. No início aquele projeto parece longo, árduo e impossível com tijolo por tijolo, mas de repente ela está lá. Passei a habitar dentro do sonho. Foram muitas barreiras e nenhum patrocínio, somente a ajuda do canil de onde a Hope veio e do André, o adestrador que comprou a ideia comigo. Hoje vejo que valeu a pena e muito! O sorriso de uma criança ao toque dos pelos da Hope não tem preço!”

A simpática cachorrinha, ao lado de seu adestrador

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Fotos: divulgação INCA

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Sandra
Sandra
4 anos atrás

Cães terapeutas permitidos e aceitos em Hospitais e Abrigos são a prova de que a espécie humana evoluiu apesar de tudo fazer crer no contrário. A comprovação científica de que a presença deles em hospitais pode promover um estado geral mais propício ao sucesso do tratamento, comprova que alcançamos um patamar mais elevado, reconhecendo nos animais sua condição racional e superior, em suma, o valor inegável deles. A interação entre crianças enfermas, idosos e doentes, em geral, é o medicamento para a alma, contribuindo para o alívio da dor, se não for possível acelerar a cura, desviando o foco da rotina hospitalar para momentos lúdicos de compartilhamentos espontâneos, capazes de promover mudanças no psiquismo humano quase sempre deprimido e tristonho por conta das naturais condições de internação e afastamento do lar e dos entes queridos. Cães terapeutas trazem de volta o que as crianças eram antes e o que vovôs e vovós vivenciaram no passado, deixando pegadas de amor, alegria, deslumbramento e ternura por onde passam. São bem vindos, não demorem, voltem sempre.

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