Cotonetes e canudos devem ser banidos da Inglaterra em 2019

Cotonetes e canudos devem ser banidos da Inglaterra em 2019

Guerra total contra o plástico. Em janeiro deste ano, como noticiamos aqui, a primeira-ministra britânica Theresa May anunciou um plano para reduzir o uso de plástico e a poluição em rios e oceanos. A meta é banir completamente a utilização desnecessária deste material nos próximos 25 anos. Segundo ela, o objetivo é tornar o Reino Unido em um dos líderes globais na luta contra o plástico.

Hoje (19/04) foi anunciada uma nova medida para atingir este objetivo. Uma consulta pública será aberta, nos próximos meses, para que a população decida sobre a proibição da venda de cotonetes, canudos e plásticos de um só, como colheres de café, talheres e embalagens.

“É somente através da ação conjunta de governos, empresas e sociedade que conseguiremos proteger o meio ambiente para as futuras gerações”, disse Michael Gove, ministro do meio ambiente, em entrevista ao jornal The Guardian.

O canudinho virou uma praga ambiental. Só nos Estados Unidos, são usados 500 milhões de canudos plásticos por dia e no Reino Unido, mais 100 milhões. E assim como outros resíduos, eles acabam no mar, engolidos por animais, que morrem sufocados.

Feito geralmente de poliestireno ou polipropileno, o canudinho pode ser reciclado, mas como é muito pequeno e leve, assim como tampas de garrafa, por exemplo, frequentemente é jogado no lixo. Sua vida útil é estimada em 4 minutos. Isso mesmo, 4 minutos! E ele leva aproximadamente 400 anos para se decompor na natureza.

Já o cotonete, que tem sua haste geralmente feita de plástico (algumas marcas começaram a produzi-lo com hastes de papel), muitas vezes – acredite se quiser! – é jogado na privada. E assim como o canudo, tem como seu destino final os oceanos (vale lembrar que médicos desaconselham o uso do cotonete!).

Outras iniciativas que estão sendo analisadas pelo governo britânico são a cobrança por copos de bebidas em cafés, em lojas como Starbucks, por exemplo, já que é a grande maioria deles não é reciclável, e a instalação de máquinas de devolução de garrafas e latas de alumínios nos supermercados (leia mais sobre isso neste outro post). 

Estima-se que 8 milhões de toneladas de resíduos plásticos são despejadas por ano nos oceanos, criando colossais ilhas de detritos. Especialistas afirmam que até 2050, haverá mais lixo do que peixes nos mares do planeta.

Theresa May divulgou as novas medidas justamente na semana em que presidentes e primeiros-ministros da Commonwealth participam de uma reunião em Londres. A chamada Commonweath é uma organização intergovernamental, composta por 53 países membros independentes, que no passado, fizeram parte do império britânico. A ideia da primeira-ministra é estimular e influenciar estas outras nações a também tomar medidas de combate ao plástico.

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Foto: domínio público/pixabay

2 comentários em “Cotonetes e canudos devem ser banidos da Inglaterra em 2019

  • 21 de abril de 2018 em 2:36 PM
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    Inspirador! Eu não usarei mais! É como dizia meu avô.. “de grão em grão a galinha enche o papo”! Se todos os FACETERRÁQUEOS aderirem às campanhas em prol de um PLANETA mais saudável, já já mudamos o mundo para melhor. Nós já somos 2 BILHÕES de usuários do Facebook! Ponho a maior fé nas Redes Sociais!

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  • 23 de abril de 2018 em 9:55 AM
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    A praga do século 21 é o chamado DESCARTÁVEL, descarta-se tudo sem questionar para onde vai o lixo porque o reaproveitamento não tem sido tão incentivado quanto deveria e ninguém tem disposição de lavar uma fralda de pano se pode jogar fora uma descartável. Já que prioriza-se a praticidade com a desculpa da falta de tempo, cabe aos cientistas inventarem embalagens e componentes bio degradáveis que se dissolvam sem deixar substancias nocivas para a fauna e flora da terra e dos mares. Já que não nos interessa estudar essa lição de evitar o desperdício e controlar aquisições do supérfluo, que tudo o que humanos utilizam no seu dia a dia possa desaparecer antes de matar outras espécies, entupidas com o lixo que produzimos, irracionais, imaturos, levianos e inconsequentes; do contrário, adeus Planeta Azul.

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Suzana Camargo

Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.