Comer devagar reduz o risco da obesidade

Comer devagar reduz o risco da obesidade

Saborear lentamente a comida e mastigar o alimento por diversas vezes. O conselho que muitos de nós já deve ter ouvido, pelo menos algumas vezes na vida, agora, mais do que nunca, deve ser seguido.

Um artigo recém-divulgado na publicação científica  BMJ Journals aponta que pessoas que comem mais devagar possuem menor chance de ficar obesas e apresentar acúmulo de gordura na região da cintura, condição esta ligada a um maior risco de aumento da pressão arterial, diabetes e colesterol alto, principais causas das doenças cardiovasculares.

O estudo foi realizado por pesquisadores da Kyushu University Graduate School of Medical Sciences, do Japão, e realizado com dados de planos de saúde de mais de 59 mil pacientes com diabetes tipo 2.

Durante 2005 e 2013, eles fizeram checkups frequentes e nestes momentos, foram questionados sobre seus hábitos alimentares – se comiam lentamente, normalmente ou rapidamente. Também foram perguntados se jantavam pelo menos duas horas antes de dormir, se beliscavam após a última refeição do dia e se não pulavam o café da manhã. Foi analisado ainda se estas pessoas fumavam e faziam uso frequente de bebida alcóolica.

O resultado revelou que 21,5% das pessoas que comiam devagar eram obesas. Já no grupo que reunia aqueles que se alimentam rapidamente, 45% estavam com sobrepeso.

Já o porcentual de gordura corporal dos que comem mais lentamente foi, em média, de 22, e os que se alimentam apressadamente, 25.

Segundo os autores do artigo, o hábito de comer devagar inibe a obesidade. O excesso de peso e o sobrepeso são os principais fatores para o desencadeamento de doenças como diabetes, derrames, problemas no fígado e alguns tipos de câncer.

Vale ressaltar, entretanto, que a pesquisa contem algumas limitações. Ela só analisou pacientes com diabetes e não levou em conta se eles se exercitavam ou não. Também foi baseada somente nos relatos dos próprios entrevistados sobre seus hábitos alimentares.

Obesidade: uma epidemia mundial 

Dados divulgados pela Federação Mundial de Obesidade, em outubro do ano passado, indicaram que 20% dos adultos brasileiros têm problemas com a balança: eles estão acima do peso ou obesos. Nos próximos oito anos, este porcentual deverá chegar a 25%, ou seja, ¼ da população adulta do país estará com sobrepeso, com uma propensão muito maior de sofrer problemas no fígado, cardíacos, derrames e diabetes, além de uma série de outras doenças.

O Brasil aparece no 6o lugar entre os dez países que terão os maiores gastos relacionados com o aumento descontrolado da obesidade no mundo e os custos para tratar as consequências dele.

Em primeiro lugar na lista estão os Estados Unidos. China, Alemanha, Rússia e França são as demais nações no topo do ranking.

Leia também:
Hamburguer com fibra de abacaxi contra a obesidade
Proibida publicidade que interfira na amamentação infantil
Coca-Cola, Pepsi e Ambev não venderão mais refrigerantes em escolas infantis
Será que a carne do hamburguer que você está comendo tem antibióticos?
Alimentação saudável na adolescência 

Foto: domínio público/pixabay

Um comentário em “Comer devagar reduz o risco da obesidade

  • 2 de maio de 2018 em 10:41 AM
    Permalink

    Ao comer devagar, se tem tempo de sentir a sensação de saciedade que aqueles que comem depressa não têm. Por isso, porque o alimento ainda não teve tempo de chegar ao estômago, apressados comem muito mais, porque ainda estão com fome. Se todos saíssem da mesa com um pouquinho de fome, iriam observar que daí há dez minutos, a fome cessou e se sentem bem alimentados mas sem a sobrecarga desnecessária do alimento supérfluo que só faz mal. Uma das causas da obesidade é a ansiedade e a pressa que não deixa que se observe e curta o sabor de cada naco de alimento. “A pressa é inimiga da perfeição” e da digestão, também.

    Resposta

Deixe uma resposta

Suzana Camargo

Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.