Cientistas celebram crescimento de subpopulação de urso polar no Ártico

Cientistas celebram crescimento de subpopulação de urso polar no Ártico

Eles se tornaram um dos principais símbolos da conservação mundial. Ao lado dos pandas, os ursos polares simbolizam a extinção de espécies animais devido à maneira como os seres humanos decidiram viver e explorar o planeta. Por isso, sempre que há más notícias sobre ameaças e riscos à fauna, eles são usados para ilustrá-las.

Mas, felizmente, nem tudo está perdido. Um estudo divulgado pela Scientific Reports, da revista Nature, revela que pesquisadores americanos descobriram o crescimento de uma subpopulação de ursos polares na região do Mar de Chukchi, localizado entre o continente americano e a Rússia, perto da Sibéria e do Alasca, no Oceano Ártico.

Os cientistas analisaram informações entre os anos de 2008 e 2016. Avaliaram localização e contagem de indivíduos, além de dados históricos dos ursos de Chukchi, e chegaram à conclusão que eles estão prosperando.

“Este trabalho representa uma década de pesquisa que nos dá uma primeira estimativa da abundância e do status da subpopulação do Mar de Chukchi”, explicou o biólogo Eric Regehr, do Centro de Ciências Polares da Universidade de Washington, em entrevista ao site Science Alert. 

“Todavia, a perda de gelo marinho devido às mudanças climáticas continua sendo a principal ameaça à espécie, mas, como mostra este estudo, há uma variação em quando e onde os efeitos da redução da cobertura aparecem. Algumas subpopulações já estão em declínio, enquanto outras ainda não”, ressalta.

Ursos polares são classificados como mamíferos marinhos, já que passam grande parte de sua vida nas águas do Oceano Ártico. Eles possuem uma camada grossa de gordura no corpo e um pelo à prova d’água que os mantêm protegidos do frio.

Há 19 subpopulações da espécie e segundo a chamada Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas, da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), que avalia as condições de sobrevivência de centenas de animais e plantas no mundo, o urso polar é classificado como vulnerável, ou seja, “tem chance de entrar em extinção na natureza”. Estima-se que existam atualmente entre 22 mil e 31 mil indivíduos vivendo livremente.

Os biólogos americanos acreditam que os ursos polares do Mar de Chukchi beirem os 3 mil, com boas taxas de reprodução e sobrevivência após o nascimento.

Além das focas, suas principais presas, foram encontradas na região, durante o verão, carcaças de baleias, que também servem de alimento para os ursos nos meses de degelo, em que a caça fica mais difícil.

Embora a notícia seja boa, os cientistas temem que ela não dure muito tempo, já que ursos precisam de gelo para sobreviver e o Ártico tem, ano a ano, apresentado cada vez maior redução de sua cobertura devido ao aquecimento global.

*Com informações do WWF-International e Science Alert   

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Foto: Henry Holdsworth/wildbynaturegallery.com/ divulgação WWF

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Suzana Camargo

Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.