Cidade inglesa vai plantar 3 milhões de árvores: uma para cada homem, mulher e criança que vive nela

Cidade inglesa vai plantar 3 milhões de árvores: uma para cada homem, mulher e criança que vive nela

Há um ditado que diz “durante a vida, deve-se ter um filho, plantar uma árvore e escrever um livro”. Bem, para a população de Manchester, na Inglaterra, pelo menos uma destas três coisas já está sendo colocada em prática.

É que o projeto “City of Trees” pretende plantar 3 milhões de árvores, nos próximos 25 anos: uma para cada habitante da cidade. O objetivo do movimento é recuperar áreas verdes abandonadas e estimular o plantio de mudas para tornar Manchester a “cidade das árvores”.

A iniciativa, criada em novembro de 2015, é uma parceria entre a The Oglesby Trust, uma fundação particular, e a organização ambiental Community Forest Trust.

Até o momento, já foram plantadas 94 mil árvores, sendo quase 1 mil frutíferas, criados 30 pomares e cuidados de 223 hectares de bosques. Tudo isso é resultado do envolvimento de 2.400 estudantes e de 4.488 horas de trabalho de voluntários.

Cidade inglesa vai plantar 3 milhões de árvores: uma para cada homem, mulher e criança que vive nela

Escolas, empresas e comunidade envolvidas no plantio das mudas em Manchester

Os benefícios que árvores trazem para o ambiente urbano são imensos. Para começar, entre os principais serviços (gratuitos) prestados por elas estão melhorar a qualidade do ar, reduzir a poluição sonora e contribuir para o equilíbrio do clima nas cidades, sobretudo, tornando-as menos quentes nos meses de verão.

Árvores também são responsáveis por absorver o dióxido de carbono (CO2) da atmosfera, gás poluente liberado pela queima de combustível fóssil em veículos e fábricas. O gás carbônico é um dos principais vilões do aquecimento global. Ou seja, árvores são aliadas fundamentais na luta contra as mudanças climáticas.

Outro importante papel da vegetação é reduzir os riscos de enchentes, já que a terra e suas raízes ajudam a absorver a água vinda da chuva. O “City of Trees” está realizando, juntamente com a Universidade de Manchester, um estudo sobre este tema específico.

O investimento no plantio de árvores traz ainda ganhos econômicos – tangíveis e mensuráveis -, para todos. No Reino Unido, casas localizadas em ruas arborizadas ou próximas a parques e bosques têm seu valor imobiliário aumentado entre 5% e 18%.

Espaços verdes estimulam a população a praticar exercícios físicos, e isso, possui reflexo direto no sistema de saúde público. Na Inglaterra, estima-se que o custo do sedentarismo sobre a economia gira em torno de 2 milhões de libras por ano.

O impacto da presença de árvores sobre a vida humana é realmente enorme. Estudos comprovam que ao caminhar perto da natureza, as pessoas têm seu nível de estresse diminuído e melhora geral na saúde. Há ainda evidências que o verde auxilia no tratamento de depressão.

Um dos trabalhos realizados recentemente, inclusive, foi a criação de hortas em casas de idosos com problemas de demência para envolvê-los em atividades de jardinagem.

Frutas sendo cultivadas nos pomares criados pelo projeto

Nos próximos anos, o projeto “City of Trees” pretende restaurar ainda 2 mil hectares de bosques e áreas verdes de Manchester, que atualmente, estão sendo subutilizadas. Existe, obviamente, toda uma preocupação de se plantar o tipo mais adequado de árvore em cada espaço. Nem toda espécie, por exemplo, serve para ser cultivada perto de ruas e em calçadas.

A participação da comunidade é o coração do projeto. Grande parte das atividades é feita com a ajuda de voluntários.

Qualquer cidade do mundo pode fazer um projeto como este? Que tal em São Paulo? 12 milhões de árvores? Vamos lá?

Cidade inglesa vai plantar 3 milhões de árvores: uma para cada homem, mulher e criança que vive nela

Leia também:
Blog Árvores Vivas
Plantar árvores salva milhões de vidas nas cidades
As árvores mais indicadas para plantar na cidade de São Paulo

Fotos: divulgação “City of Trees”

Deixe uma resposta

Suzana Camargo

Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.