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Catarinense cria prancha de surfe com resina de mamona que não agride o meio ambiente

Catarinense cria prancha de surfe com resina de mamona que não agride o meio ambiente

*Mario Ferminio conseguiu produzir sua primeira prancha com resina de mamona em 2019. Desde então, criou um novo perfil no Instagram onde você pode acompanhar mais sobre o seu negócio. Abaixo segue o texto original da reportagem: 

Poucos esportes evocam tanto a harmonia entre homem e natureza como o surfe. Sobre a prancha, o surfista desliza sobre as ondas. As domina, mas também as respeita.

Apesar do esporte sempre ter tido uma aura de “paz e amor”, ele movimenta um mercado bilionário. Estima-se que a indústria global do surfe gere algo em torno de US$ 7,3 bilhões por ano. E somente o segmento de pranchas e acessórios representa quase metade deste número.

Mas quão sustentável é este mercado? Não muito, segundo o shaper catarinense Mario Ferminio. Apaixonado pelo surfe desde os 15 anos, ele fez do esporte sua profissão – no Brasil e na Europa. De acordo com seus cálculos, já fabricou mais de 10 mil pranchas ao longo da vida.

“Os dois tipos de resina que são usadas em pranchas de surfe hoje no mundo são químicas, ambas vindas do petróleo”, explica Ferminio. “Elas utilizam ou resinas de poliéster, altamente danosa para o ser humano e meio ambiente, ou epóxi, que apesar da baixa toxidade, possui um componente muito debatido hoje em dia, o bisfenol A”.

Este último é um composto sintético, que não existe na natureza, usado na fabricação de plásticos e revestimentos de outros materiais, que segundo pesquisas, sua presença no organismo humano pode causar problemas neurológicos, anomalias hormonais e até, câncer de mama e próstata. Desde 2012, ficou proibida no Brasil a importação ou fabricação de mamadeiras que contenham bisfenol A (BPA).

Determinado a desenvolver uma alternativa mais natural e sustentável, o shaper começou a trabalhar com uma resina vegetal proveniente da mamona. “Ela já era usada para outras finalidades, mas não em pranchas. Quando comecei a fazer testes, encontrei muitos problemas, até chegar ao produto que tenho hoje”, conta.

Ferminio diz que seu principal objetivo era ter uma prancha feita com resina vegetal que fosse leve, forte e bem acabada. E o mais importante: “Algo que não tenha necessidade de química envolvida e que você possa laminar sem ter liberação de gases tóxicos. Lixar e não ter poeiras tóxicas, o que é fantástico”.

Leve, forte e atóxica: a prancha com a resina vegetal de mamona

De acordo com o catarinense, outra diferença na fabricação com a resina vegetal e a epóxi é o tempo “de cura” da prancha – o quanto ela leva para ficar seca, mas não totalmente dura. No caso do óleo de mamona, são 30 dias, um tempo maior de espera se comparada à sintética, de 20 dias.

“Esta resina dá para laminar tudo. Prancha de surf, kite, SUP, windsurf. Nunca imaginei achar uma resina tão importante para substituir as atuais. É um passo gigante em direção à sustentabilidade”, garante o shaper.

A produção das primeiras pranchas está sendo feita em um galpão, na cidade de Tubarão, onde mora. Ferminio criou uma página no Instagram, a Folha by Ferminio, através da qual é possível acompanhar seu trabalho. As pranchas com a resina de mamona são todas verdes. “A cor da ecologia. Porque verde é vida”, diz.

E quando não está no galpão, sonhando alto com sua invenção, pelo menos duas vezes por semana, o surfista e shaper está no alto das ondas do mar catarinense.

Fotos: arquivo pessoal 

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