Capacidade de produção de energia eólica no Brasil já é igual a de Itaipu


Capacidade de produção de energia eólica no Brasil já é igual a de Itaipu

O que há alguns anos parecia uma promessa para o futuro, já se tornou realidade presente no Brasil. A energia eólica acabou de atingir uma meta a ser comemorada no país: ultrapassou os 14 GW de capacidade instalada – mais exatamente, 14,34 – , graças aos 568 parques eólicos e mais de 7 mil turbinas em 12 estados brasileiros.

Para se ter uma ideia do que isso significa, a Usina Hidrelétrica de Itaipu, maior geradora de energia limpa e renovável do mundo, tem capacidade instalada de 14 GW, sendo responsável pelo fornecimento de cerca de 15% da eletricidade consumida no Brasil e 86% do consumo paraguaio.

Atualmente, a produção de energia gerada pelas turbinas eólicas no Brasil atende, em média, o consumo de 26 milhões de residências, ou aproximadamente 80 milhões de pessoas. Segundo dados do último boletim do Sistema Interligado Nacional (SIN), que compreende subsistemas nas regiões Sul, Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste e a maior parte da região Norte, a energia produzida a partir do sol, já atende a demanda de 14% destas áreas.

“Gosto sempre de lembrar que o Brasil passou do 15º lugar no Ranking de Capacidade Instalada de energia eólica em 2012 para a 8ª posição no ano passado, segundo o Global Wind Energy Council”, destaca Elbia Gannoum, presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica). “Também é importante mencionar que, no ano passado, a Bloomberg New Energy Finance estimou o investimento do setor eólico no Brasil em US$ 3,57 bilhões (R$ 11,4 bilhões), representando 58% dos investimentos realizados em renováveis no país (eólica, solar, biomassa, biocombustíveis e resíduos, PCH e outros)”.

A região Nordeste do país é a que, sem dúvida nenhuma, graças ao vento abundante, recebe os maiores benefícios e ganhos com o investimento na instalação de turbinas eólicas. Por lá, os recordes de atendimentos a carga já ultrapassam 70%.

No último dia 13 de setembro, por exemplo, às 8h da manhã, a geração atendeu 82,34% da demanda e 85,98% de fator de capacidade. Neste mesmo dia, como revela a ABEEólica, “o Nordeste foi exportador de energia durante todo dia, uma realidade totalmente oposta ao histórico do submercado que é por natureza importador de energia”. 

Nos primeiros oito meses de 2018, as fontes eólicas no Brasil tiveram um crescimento de produção de 19% em relação ao mesmo período do ano passado.

E o segmento promete um salto ainda mais alto. Até 2024, serão construídos 186 novos parques eólicos, levando o setor à marca de 18,80 GW, considerando apenas leilões já realizados e contratos firmados no mercado livre.

“Acho sempre importante explicar que nossa matriz tem a admirável qualidade de ser diversificada e assim deve continuar. Cada fonte tem seus méritos e precisamos de todas. É preciso que isso fique claro. Do lado da energia eólica, o que podemos dizer é que a escolha de sua contratação faz sentido do ponto de vista técnico, social, ambiental e econômico, já que tem sido a mais competitiva nos últimos leilões. Além disso, acreditamos ser uma escolha lúcida quando se tem ideais de uma sociedade mais justa e de um futuro mais sustentável e de respeito à natureza”, acredita Elbia.

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Foto: domínio público/pixabay 

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Suzana Camargo

Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.